31.10.05

Para vocês todos!


Podem não acreditar, mas as vossas palavras de força e incentivo, fizeram com que enfrentasse o meu dia com o espírito mais fortalecido, e afinal, nem correu mal de todo, apesar de ter começado mal, quando cheguei (cedo como sempre às 7.45h, para dar uma volta pelos blogs, e entrosar-me nos stocks e no resto do trabalho), o "rais" do computador não me deixava entrar, nem na Net nem no programa de gestão, em vez de começar logo a vociferar raios e coriscos, dei comigo a aceitar simplesmente a situação, e colocar a questão ao director comercial quando ele chegou, calmamente e sem stresses. E o dia decorreu sem sobressaltos, também muita gente fez ponte, mas acho que vou conseguir ultrapassar esta, o pior é o mês que vem, mas não há-de ser nada. O que importa é que vocês estiveram aqui, como já é hábito quando preciso de uma força, uma palavra de carinho ou apenas de compreensão, e recebo aqui manifestações muito fortalecedoras, as quais já pude comprovar da parte de alguns visitantes bloggers, que tive a felicidade de conhecer pessoalmente, num dos convívios mais agradáveis que tive em muitos anos. E comprovei outra ideia que tinha: que nos blogs as pessoas não se escondem totalmente, não todas elas, nem tudo é treta, já tenho lido sobre temas muito sérios, e lido opiniões muito válidas perante as situações mais díspares, e quero continuar acreditar que é assim, que a maior parte das pessoas são sinceras e que dizem o que sentem verdadeiramente, e pessoalmente são uma surpresa ainda mais agradável, "ouvi" aqui muita coisa que precisava ouvir há muito tempo, e que, infelizmente para mim, nunca tive quem mo dissesse. Bem hajam pela força e carinho!

30.10.05

Apreensão


Estou um pouco apreensiva com o meu dia de trabalho de amanhã, ao fim de 10 dias de baixa, em que me sinto melhor, mas também não passei por nenhuma situação de stress, tenho descansado muito, saindo só para ir ao supermercado, evitando conduzir o mais possível. Tenho receio de verificar que a minha resposta ao stress não é diferente do que era antes, o que espero sinceramente, não se venha a verificar. Mas como eu costumo dizer: o que fôr, soará...e não há-de ser nada tão grave, como por exemplo: cair-me uma vaca em cima...

À cautela...


Um dia Alberto João morreu.
Houve uma reunião no Funchal para decidir onde ele seria enterrado.
Um secretário regional sugeriu:
... Deve ser enterrado no Funchal. Afinal, aqui é a sua cidade natal.
Então um bêbado, que não se sabe como entrou na reunião,
disse com aquela entoação típica dos bêbedos:
... No Funchal pode... Só não pode em Jerusalém!!!
Como estava de fogo, ninguém deu bola para o que ele disse.
Um segundo secretário regional disse:
... Acho que deve ser no Funchal, mas na freguesia de São Pedro
onde ele viveu e fez sua carreira política.
O bêbado mais uma vez interveio:
... Em São Pedro pode... Só não pode em Jerusalém!!!
Novamente, ninguém lhe deu ouvidos.
Um terceiro secretário regional finalmente sugeriu:
... Funchal não! Deve ser enterrado em Lisboa, pois era Presidente de um
Governo Regional e todos os presidentes devem ser enterrados na Capital!
E o bêbado novamente:
... Em Lisboa pode... Só não pode em Jerusalém!!!
Perderam a paciência com o bêbado:
... Por que é esse medo que o Alberto João seja enterrado em Jerusalém?
E o bêbado respondeu:
... Porque uma vez enterraram um gajo lá, e ele RESSUSCITOU !!!

29.10.05

A caminho do fim-de-semana


Mostro-vos o máximo da destreza, e deixo-vos uma atitude a considerar...
Atitude perante a derrota.. .

Um soldado português destacado no estrangeiro recebe uma carta da
noiva em Portugal.
A carta dizia o seguinte:

*Querido Luis:
Não posso continuar com esta relação.
A distância que nos separa é demasiado grande.
Tenho que admitir que te fui infiel duas vezes desde que partiste e
creio que, nem tu nem eu, merecemos isto, sinto muito.
Por favor devolve-me a foto que te enviei.
Com amor, Maria. *

O soldado, muito ferido, pediu a todos os seus companheiros que lhe
emprestassem fotos das suas noivas, irmãs, amigas, tias, primas, etc.
Junto com a foto de Maria incluiu todas as outras fotos que havia
recolhido dos amigos.
Havia 57 fotos no envelope e uma mensagem que dizia:

*"Querida Maria: perdoa-me, não consigo recordar quem és.
Por favor, procura a tua foto no envelope e devolve-me o resto." *

MORAL: apesar de derrotado... há que SABER LIXAR O INIMIGO.

28.10.05

Talento de família (parte II)


... são quadros para ver a meia distância


Fica difícil fotografá-los por causa do reflexo do flash, este é dos que mais gosto embora tenha ficado muito desfocado



Convém clicar na imagem para aumentar

Por seu lado o seu pai, licenciado em Farmácia optou por seguir a carreira militar, era capitão do exército, e estes quadros são paisagens dos Açores que ele pintou à espátula, numa qualquer comissão que fez lá, sobre madeira de balsa extremamente leve (com a qual se fazem os barcos). Tenho mais uns 3 ou 4, mas optei por mostrar estes dois que são os que mais gosto, embora o último quadro esteja desfocado, não consegui melhor por causa do reflexo do flash, no entanto penso que dá para ter uma ideia do talento do Sr. que acabou por falecer de cancro ainda muito jovem, o meu marido tinha 17 anos, e tinha sido há pouco tempo campeão nacional em corridas de cavalos, pela GNR no Estádio do Jamor. Escusado será dizer que as corridas acabaram a partir dali, até porque a GNR requisitou-lhe o cavalo a pensar que chegava para ganhar, mas aquele só ganhou com o meu marido a montá-lo, nunca mais ganhou nada. Lá estou eu a divagar...sorry! Tudo isto para vos dizer que gostava de ter este dom, mas como não tenho, vou encantando a vista a olhá-los.

O talento já é de família(parte I)



A mãe dele gostava de pintar sobre seda, ou então óleos sobre tela como estas túlipas, apreciava pintar naturezas mortas, sobretudo flores. Não é de todo, o meu género preferido, aprecio muito mais a pintura do seu pai, que em vez de mortas, pintava naturezas vivas como mostrarei no post seguinte...

27.10.05

Desperdícios



Há tantos casos assim por esse mundo fora. Este é um desenho feito pelo meu marido, já há uns anos, a partir de uma foto da mãe dele quando jovem, e só é pena eu não ter scanner, para vos poder mostrar a fidelidade em relação ao original.Ele tem umas mãos de ouro para o desenho e gosta de o fazer, mas a necessidade de as utilizar num trabalho rentável, foi mais imperiosa que a veia artística, e as mãos foram ficando mais rugosas, mais cansadas e cheias de chagas, como são as de quem trabalha com peças automóveis usadas, e cheias de óleo.Agora já quase não desenha, falta-lhe a paz que quando jovem lhe deixava a alma livre para estes devaneios, sobra o cansaço de quem tem de passar o dia na estrada, a vender aqui, a comprar acolá e no final do dia, só lhe apetece voltar para casa para estar comigo, brincar com as cadelas e cuidar dos 3 aquários e do jardim, e já não é pouco...tenho saudades de o ver desenhar, e da perfeição que punha em cada gesto, saudades de ter a alma leve.

26.10.05

A diferença já é notória


Foto de 26 de Outubro


Foto de 1 de Outubro

A Jota vai "de vento em popa", está a melhorar diáriamente, desde que começou a tomar o Zyloric então, a velocidade de recuperação aumentou. Agora só falta crescer o pelo nas zonas em que caiu, e aprender a brincar, tanto connosco, como com a Nika que não pensa noutra coisa e ela coitada fica atrapalhada e não sabe que há-de fazer. Mas já salta quando nos vê e mostra cada dia o seu comportamento, mais exuberante e confiante; está a aprender tudo de novo, fico feliz por lhe ter dado essa oportunidade, assim a pudesse dar a todos os outros, mas como não posso, vou fazendo o meu pouco até que um dia, todos os nossos poucos, façam um MUITO!

25.10.05

um pouco de Miguel Torga


REQUIEM POR MIM

Aproxima-se o fim.
E tenho pena de acabar assim,
Em vez de natureza consumada,
Ruína humana.
Inválido do corpo
E tolhido da alma.
Morto em todos os órgãos e sentidos.
Longo foi o caminho e desmedidos
Os sonhos que nele tive.
Mas ninguém vive
Contra as leis do destino.
E o destino não quis
Que eu me cumprisse como porfiei,
E caísse de pé, num desafio.
Rio feliz a ir de encontro ao mar
Desaguar,
E, em largo oceano, eternizar
O seu esplendor torrencial de rio.

24.10.05

RUMOR


Acorda-me
um rumor de ave.
Talvez seja a tarde
a querer voar.

A levantar do chão
qualquer coisa que vive,
e é como um perdão
que não tive.

Talvez nada.
Ou só um olhar
que na tarde fechada
é ave.

Mas não pode voar.

Eugénio de Andrade

Indubitavelmente claro


para que não restem dúvidas, nem mesmo aos mais distraídos...

23.10.05

Hoje sinto-me assim...


Melancólica, pensativa e ao mesmo tempo não consigo encontrar os meus pensamentos, pareço ter a cabeça cheia de correntes de ar...alguém pode fechar a porta por favor?

22.10.05

Manhã desportiva


Hoje passei uma manhã fotograficamente desportiva. Com tanto blog temático, ainda ficaram algumas por tirar, como: as minhas botas; estantes e leituras; as minhas pantufas, e há outras ainda que nem sequer penso em tirar, pois a minha idade já não me permite certas avarias...
Mas começando pelo sofá, depois a secretária e os armários, passando pela cama e pela minha cadelinha, também fotografei a minha cristaleira, e só depois me lembrei que não há nenhum blog acerca do tema, como tal aproveito a foto e coloco-a aqui, apesar de pessoalmente a achar absolutamente horrível, mas como faz parte da mobília que foi quase dada por uma senhora idosa que teve de deixar a casa onde vivia para ir para um Lar, e parece que vale um dinheirão para os apreciadores por ser em castanho maciço, qualquer dia vou tentar vendê-la para comprar uma ao meu gosto, mais minimalista...

21.10.05

O futebol é uma modalidade multifacetada. Senão, vejamos:


- quando o guarda-redes rechaça a bola com os punhos – é boxe.
- se o avançado executa um pontapé de bicicleta – é ciclismo.
- se o guardião mergulha aos pés do adversário – é natação.
- se o avançado dispara à queima-roupa – é assassínio.
- se fuzila o guarda-redes – é carrasco.
- se dispara sem preparação – é assassínio involuntário.
- quando a bola bate na barra – é galo.
- se passa por baixo das pernas do guarda-redes – é frango.
- se bate duas vezes na barra – é vaca.
- se o avançado está à mama – é a zoologia completa.
- se a bola pinga sobre a grande área – há molho.
- se os avançados fazem tabelinha – é bilhar.
- quando o jogador chuta na relva – é desprezo pelos espaços verdes.
- quando atira para a terra de ninguém – é perdulário.
- quando o avançado surge isolado na grande área – é a solidão.
- quando o defesa corte – há sangue.
- quando o defesa se corta – é maricas.
- se o jogador se agarra muito á bola – é fanático.
- se passa em profundidade – é o escafandrismo.
- quando o avançado se interna pelo centro do terreno – está doente.
- se se agarra muito à linha – é alfaiate.
- se o guardião defende in extremis – é latim.
- se o defesa alivia de qualquer maneira – é porcalhão.
- se o defesa está sempre em cima do adversário – é a dor nas costas.
- se o guardião oferece o corpo à bola – é um depravado.
- se o jogador vai a todas – é um garanhão.

20.10.05

Crónica de um domingo

Século XX, algures nos anos 90, by António Lobo Antunes.

Aos domingos a seguir ao almoço visto o fato de treino roxo e verde e os sapatos de ténis azuis, a Fernanda veste o fato de treino roxo e verde e os sapatos de salto alto do casamento, subo o fecho éclair até ao pescoço e ponho o fio de ouro com a medalha por fora, a Fernanda sobe o fecho éclair até ao pescoço e põe os dois fios de ouro com a medalha e o colar da madrinha por fora, tiramos o Roberto Carlos do berço, metemos-lhe o laço de cetim branco na cabeça, saímos de Alverca, apanhamos os meus sogros em Santa Iria de Azóia e passamos o domingo no Centro Comercial.
A Fernanda senta-se atrás no Seat Ibiza, com o menino e a Dona Cinda, o senhor Borges ocupa o lugar ao meu lado, de Record no sovaco, fato completo, gravata de flores prateadas e chapéu tirolês, ajuda-me no estacionamento das Amoreiras a tirar o carrinho da mala e todos os automóveis do parque são Seat Ibiza, todos têm mantas alentejanas nos bancos, todos apresentam um autocolante no vidro que diz: Não me siga que eu ando perdido, todos possuem uma rodela Vida Curta no guarda-lamas direito e uma rodela Vida Longa no guarda-lamas esquerdo, de todos os espelhos retrovisores se pendura o mesmo boneco de peluche, todos exibem junto à matricula com o circulo de estrelinhas da Europa a mesma rapariga de Stetson e cabelo comprido, todos trouxeram o Record, os sogros e o filho, todos devem habitar em Alverca e todos circulam a tarde inteira no Centro de forma idêntica à nossa: adiante a Fernanda e a Dona Cinda, de raposas acrílicas, a coxear por causa de uma unha encravada, empurrando o Roberto Carlos que esperneia, desfeito num berreiro, com a chupeta pendurada na nuca por uma corrente, e o Senhor Borges e eu vinte metros atrás, preocupados com a carreira do Olivais e Moscavide que perdeu em Alhandra apesar de ter comprado um avançado cabo-verdiano ao Arrentela e que em vez de jogar à bola leva as noites a mariscar tremoços na cervejaria, de brinco na orelha, no meio dos amigos pretos, com o tampo da mesa coberto de canecas vazias.
Como a Fernanda e a Dona Cinda param em todas as montras de móveis e boutiques a bisbilhotarem quinanes e kispos, acontece enganar-me e trocá-las por outra sogra acrílica, outra mulher roxa e verde e outra criança de laço, e sucede-me passar horas num banco, sem dar pela diferença, com uma Fátima e uma Dona Beta, a planear as prestações de um microondas e de um frigorífico novo, seguir para Alverca, jantar o frango da Casa de Pasto e a garrafa de Sagres do costume, e só na terça-feira, quando vou a sair para a Junta, a minha esposa informa, envergonhada, que mora em Loures ou na Bobadela, o Roberto Carlos se chama Bruno Miguel, e deu pelo engano, há cinco minutos, porque a minha Última Ceia é de estanho e a dela é de bronze. Claro que corrigimos o erro no domingo seguinte, em que volto para casa com uma Celeste e um Marco Paulo no Seat, a que juntei (será o meu Seat Ibiza?) um autocolante que deseja: espero não te conhecer por acidente.
Esta semana a minha mulher chama-se Milá, o meu filho Jorge Fernando e ando a pagar um apartamento em Rio de Mouro. Como esta sempre cozinha melhor que as outras não faço tenções de voltar às Amoreiras. Se ela gostar de telenovelas só tornamos a sair daqui a muitos anos, quando o miúdo usar um fato de treino roxo e verde, e eu encontrar no armário do quarto um casaco de raposas acrílicas e um chapéu tirolês, e escutar lá em baixo a seguir ao almoço, a buzina do Seat Ibiza da minha nora. Como nessa altura devo andar a dieta de sal por causa da tensão qualquer peixe grelhado me serve.

Toca a levantar o astral...


Versão Bucha & Estica, Século XXI

19.10.05

Era o que eu temia...


Eu já conhecia os sinais, mas teimosamente não os queria ver: a irritabilidade, a explosão de maus humores repentinos, o cansaço constante, a falta de interesse pelas coisas em geral, a ansiedade e o acordar cansada; a baixa auto estima e a falta de paciência e a constante vontade de pura e simplesmente: desaparecer...
Agora está diagnosticado: esgotamento e princípio de depressão. Calha numa altura péssima em relação ao trabalho, que tem nesta altura o seu maior volume e agora ficam os colegas mais sobrecarregados ainda, e isso pesa-me.
Mas como me foi dito, ou paro agora, ou quando cair de vez, a recuperação será muito mais morosa, e em vez dos 10 dias, poderão ser 10 meses, e eu sei que é verdade pois já passei por isso. Conclusão: vou ficar em casa até dia 28, começar o tratamento que vai durar pelo menos 6 meses, ver se me adapto bem aos comprimidos e tentar não pensar em trabalho, e evitar ao máximo irritar-me com o que quer que seja, distrair-me e tentar elevar o astral, parece fácil, mas a mim neste momento, parece-me inatingível...veremos.

18.10.05

O amor é sempre lindo...


...os intervenientes é que nem sempre ajudam...

17.10.05

Ideias infelizes...


No mundo do marketing por vezes aparecem criativos com ideias muito, mesmo muito, infelizes...e isto é para que não nos chamem "mauzinhos", ao apelidá-las de "perversas"...

16.10.05

Vale a pena!


Apesar de estarmos a pagá-la demasiado cara para o seu valor real, e de ter de ser demolida na sua quase totalidade, para reconstruir de novo, acho que vai dar imenso gozo a toda a família ver finalmente uma ruína ser recuperada e ser-lhe devolvida a sua dignidade, junto de todas as que a rodeiam e que já mereceram este tipo de intervenção. Era de facto a única que destoava no lugar, e fazia pena vê-la a degradar-se cada vez mais rapidamente, e sem que nós pudessemos fazer o que quer que fosse, a não ser avisar os donos que qualquer dia cairia para cima da nossa, e o estrago seria considerável.
Finalmente acordámos a compra, e a recuperação vai começar o mais brevemente possível, e vai ser bonito de ver no final, que o investimento avultado não serviu só a recuperação da casa em si, mas de devolver àquele lugar o esplendor total para que a fruição das horas ali passadas, seja feita ainda com mais gosto...

15.10.05

Temos Jota!!



Ufa!!...afinal os problemas da Jota mais evidentes, são recuperáveis, à excepção da Leishmaniose que não tem cura, mas tem um paleativo que é um comprimido diário para o resto da vida, e uma coleira insecticida especial, dado o vírus ser transmissível unicamente pela picada do mesmo mosquito, tanto para outros cães, como para humanos o que é uma possibilidade bastante remota, mais ainda por não estarmos num país tropical, onde esse risco aumenta exponencialmente.
Choca-me substancialmente o facto de muitas pessoas colocarem de imediato a hipótese de abate, em virtude de não se quererem "maçar" com a obrigatoriedade de um comprimido diário, que não custa mais que uns meros cêntimos, e de fazerem ênfase na possibilidade (remota) de infecção a terceiros; acho moralmente deplorável e inconcebível essa possibilidade, pois ela só é colocada imperativamente quando o animal está de tal forma débil e com o pâncreas inchado, e em sofrimento, o que não parece ser o caso, e como tal, a Jota vai ficar comigo até a natureza o permitir, e com os melhores cuidados que me for possível proporcionar em termos de conforto, carinho e saúde. Penso que as diferenças são bastante visíveis nas fotos com 2 semanas de intervalo, para além do aumento de 4 Kg no peso, é notório o seu contentamento no convívio connosco; só tem de se habituar a não desfazer em pedaços a esponja que lhe serve de colchão, e distribuí-los por todo o lado e de retirar a manta fofinha que passo a vida a pôr no sítio, e de não ser agressiva para a minha Nika (que é uma paz de alma) quando ela se aproxima, quando está a comer desalmadamente- não há outro termo- ela come com uma voracidade, como se cada refeição fosse, a última da sua vida, coitadinha.
Bem, agora vou para a Serra ter com a familia, incluindo a mana Lucialima, e passar um bocado divertido que bem mereço...

13.10.05

Tenho o coração pequenino

Estou aqui parada há 10 minutos a olhar (sem ver) o teclado, e só me apetece enrolar em posição fetal e chorar convulsivamente, e não consigo...
Paro de três em três palavras, e acocoro-me na revolta; mordo as mãos e...não consigo respirar, e o coração teima em bater. Fumo desalmadamente sem sequer lhe sentir o sabor, apetece-me gritar, mas este aperto na garganta ainda não passou, e não me permitiu sequer comer ou beber.
Será que vou conseguir passar outra vez pelo mesmo? Vai repetir-se a história de uma tentativa de salvamento que saiu gorada, apesar de todos os esforços? Terei de novo de ser confrontada com a pior das decisões? Depois de 2 semanas de mimos e bons tratos, de feridas cicatrizadas, de aumento de peso, vivacidade e sociabilidade, de assistir dia após dia a tantas melhoras, será possível que sejam temporárias?
Hoje ligaram do Veterinário a dizer que as análises ao sangue da Jota tinham dado positivas, tanto da Leishmaniose como outras, para lá ir falar com ele. Claro que só no sábado vai ser possível, mas temo o pior e nem tenho vontade de lá ir, ouvir o que ele tem a dizer...
Acho que nunca demorei tanto tempo a escrever o que quer que seja, como estas palavras, e já não tinha o coração tão apertado e pequenininho, desde 17 de Dezembro de 2004, quando tive de decidir abater a minha amiga fiel durante 13 anos. Não são 13 dias, como agora, doeu, doeu tanto...mas estes poucos dias, também doem por não termos tido tempo de apreciar a sua companhia, e vê-la de perfeita saúde e cheia de vitalidade, isso nunca vi, e aflige-me a ideia de nunca vir a ver; e no entanto nestes poucos dias já tenta um pequeno salto quando nos vê, e abana o seu corpo ainda fraco e sofrido e encosta o focinho docilmente às nossas mãos, e levanta-as para que lhe façamos festas, e as feridas do rabito estão a secar, pois era a magreza que as piorava, forçando os ossos contra a pele, e como ela ou estava no cimento ou na chapa de um carro, nunca soube o que era conforto, agora dorme numa esponja com mais de 15 cm de espessura, e uma mantinha quente, que ela passa a vida a retirar, raspando...
Estou triste, estou muito triste e amargurada, mas a Jota daqui a pouco vai dar o seu passeio com a Nika, vai receber muitas festinhas e enquanto estiver comigo vai ser o mais feliz possível,tirei-lhe umas fotos, mas não consigo fazer o upload, tentarei mais tarde, para poderem ver como está a ficar bonita, e no que estiver ao meu alcance vai ficar mais bonita ainda; e eu vou tentar gritar ou chorar, esta raiva que tenho aqui dentro e me tolhe os movimentos...

12.10.05

Uma história de Amor


Podem achar uma seca, mas para mim é deliciosa...

Esta é uma redacção feita por uma aluna do curso de Letras, e que obteve
vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de
Gramática Portuguesa.


"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se
encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto
plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era
bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso
predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco à tona, até ao contrário
dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por
leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem
ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a insinuar-se, a
perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e
permitiu esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: óptimo, pensou o
substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador
recomeça a movimentar-se: só que em vez de descer, sobe e pára
justamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma
fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um
hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando
ele começou outra vez a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando
seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os
vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo. Começaram a
aproximar-se, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo
crescente.
Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples
passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não
perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.
É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente
oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois géneros. Ela totalmente voz
passiva, ele voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos,
ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com
todo o seu predicativo do objecto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular: ela era um
perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu
grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu
repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo,
e entrou dando conjunções e adjectivos aos dois, que se encolheram
gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor,
subtónica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na
história.
Os dois olharam-se, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo
o edifício. Que loucura, meu Deus. Aquilo não era nem comparativo:
era um superlativo absoluto.
Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele
predicativo do sujeito apontado para seus objectos. Foi chegando cada vez mais perto,
comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente
uma mesóclise-a-trois. Só que, as condições eram estas: enquanto abusava de um
ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um
complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois
dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na
história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela
e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo
feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."

Liberdade é não termos de nos preocupar com escolhas.


Estou muito, mesmo muito farta de estar sempre a escolher entre diversas “coisas”, sejam elas materiais, reaccionais, sentimentais e outras coisas acabadas em “ais” (ou nem por isso)...
Com este intróito não pensem que sou apologista de qualquer ditadura, pelo contrário, como Sagitariana de gema que sou, prezo a liberdade quase acima de tudo, e este “quase” não está cá por acaso...é que liberdade, pelos vistos, implica sempre: escolha!
E para mim, as escolhas já começam a pesar, começo a estar farta de escolher o que comprar para comer, o que comprar para vestir (embora o comprar não seja uma opção, e sim, uma imposição), que atitude tomar perante determinada situação, real ou imaginada, ou simplesmente não tomar atitude nenhuma; dizer o que penso verdadeiramente, mentir (ou melhor: faltar à verdade), ou simplesmente omitir; chamar ou não “os bois pelos nomes”, dourar as pílulas, ou apresentá-las nuas , cruas e sem sal...
Penso que era bem mais fácil quando éramos regidos pelo instinto: não havia escolhas, só necessidades! E nesta corrida frenética (que ainda não percebi, em busca de quê) vamos tentando humanizar, civilizar tudo o que nos rodeia, até os animais de estimação como a minha Nika, por exemplo: apesar de passar o dia inteiro em casa sozinha, e ter “necessidade” de fazer xixi, também ela tem a sua escolha: ou adiar a necessidade, ou levar um ralhete quando eu chego a casa, e só foi preciso fazê-lo uma vez, e ela aprendeu que é melhor ter-me a brincar com ela, do que com o cenho franzido a limpar a “necessidade”. E assim é na nossa vida, as coisas vão-nos sendo impostas sub-repticiamente , como o processo que levou à queda do Império Romano, devagar, sem aleijar nem causar grandes estragos visíveis, até que quando damos por ela, já é demasiado tarde, e quase nada resta do nosso EU verdadeiro, perdemos a identidade e por vezes, nem sequer sabemos como chegámos ali, mas só quando um rasgo de lucidez nos faz perguntar como nos deixámos corromper, se não existir esse rasgo, nem sequer nos apercebemos e vivemos “felizes” no seio da nossa doença de Alzheimer, à qual teimamos em chamar: Liberdade...

11.10.05

Neste momento acho que só aqui estaria bem...


Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.


Eugénio de Andrade
Os Sulcos da Sede

10.10.05

Já que andam a mostrar intimidades


Eu decidi prendar-vos com a foto (pois a dita comi-a eu)da minha feijoada, à qual chamo minha, pois além de ter sido eu a fazê-la, é à minha moda, só leva feijão e bacon e chouriço, e uma morcela da Beira (de Seia de preferência),que deve ser cozida em separado para não se correr o risco de rebentar e eclipsar o sabor da feijoada, com o seu sabor forte. Se ainda por cima, como é o caso, o feijão fôr caseiro e tenrinho sem se desfazer, a "coisa" fica sublime. Acreditem que tive mesmo um "Bom proveito"!!!!!
P.S. Ah! já me esquecia, acompanhada com um belo Dão, Quinta do Cabriz...

Temos de criar novas Epístolas

7.10.05

A culpa foi do homem dos gelados


Devido ao falecimento do avô aos 95 anos, o jovem Camilo foi dar os pesames
à sua avó de 90 anos.
Quando chega, Camilo encontra a anciã chorando e a consola.
Um pouco depois, quando vê a avó mais calma o neto aproveita e pergunta:
- Diz-me avó, como morreu o avô?
- Morreu ao fazermos amor, confessa a avó.
Camilo, horrorizado, responde-lhe que as pessoas de 90 anos ou mais, não
deveriam de fazer amor porque é muito perigoso.
No entanto a avó responde:
- Somente o fazíamos ao Domingo, de há cinco anos a esta parte, e com muita
calma, ao compasso das badaladas do sino da Igreja. Era Ding para o
meter e Dong para o tirar...
Se não fosse o filho da puta do carrinho dos gelados, o avô estaria
vivo!

6.10.05

O castigo de Bush


George W. Bush tem uma crise cardíaca e morre. Às portas do inferno, o
diabo diz-lhe:
- Nem sei o que fazer contigo! É óbvio que constas da minha lista, porém, de
momento, não tenho nenhum lugar vago para te instalar!
Depois de refletir por alguns minutos, diz o diabo:
- Já sei o que vou fazer! Tenho aqui quatro pessoas que não são tão beras
como tu! Vou enviar uma delas para o Purgatório e tu vais ocupar o lugar
vago!
Até te vou fazer um favor: vais poder escolher qual dessas pessoas é que
desejas substituir! Bush acha que, dadas as circunstâncias, a proposta não é assim tão má e acaba por concordar com a mesma. O diabo abre uma primeira
porta. Lá dentro está Richard Nixon a nadar sem parar numa piscina, pois
quando se aproxima da borda, esta recua e Nixon não tem outro remédio
senão nadar perpetuamente.
- Não, diz George W. Bush. Aí sinto que não vou me dar bem! Sou um mau nadador e acho que não conseguiria fazer isso o dia todo!
O diabo leva-o para um segundo compartimento. Lá dentro, encontra-se
Joseph Stalin que manuseia uma enorme marreta com a qual quebra pedaços
de uma pedra gigante.
- Nem pensar,diz George W. Bush. Tenho um tremendo problema nas costas e
seria uma agonia perpétua se tivesse que quebrar pedras o tempo todo! O
diabo abre uma terceira porta. Lá dentro, está Bill Clinton deitado numa
cama, pés e mãos amarrados. Debruçada sobre ele, Mónica Levinski faz o
que melhor sabe fazer na vida: sexo oral! Bush olha para aquela cena
incrível e, cheio de entusiasmo, diz:
- OK, fico com esse castigo!
O diabo esboça um sorriso mefistofélico (que só ele sabe fazer)e remata de pronto:
- OK, Mónica, podes ir para o Purgatório!

Já que a democracia é para todos...

O cidadão português ideal:

* tem uma pensão de 1600 contos por mês como os políticos;
* tem dois meses de férias como os juízes;
* reforma-se aos 57 anos como os polícias;
* acumula um lugar de vogal na Fundação Luso-Americana com o seu emprego, como o dr.Vítor Constâncio;
* tem o sistema de saúde da EDP;
* tem uma verruga mais uma dioptria no olho esquerdo, e mais outro achaque qualquer para chegar aos 80 por cento de deficiência e quase não paga impostos;
* tem a esposa na TAP e viaja com descontos;
* tem um pai militar e faz as compras na Manutenção Militar;
* e possui um cartão do PS e outro do PSD pelo que arranja sempre um «tacho».

5.10.05

Desinspiração


Nunca mais chove...

Ó p'ra ela toda giraça...



E ainda vai ficar muito melhor!

4.10.05

Apesar das prespectivas sombrias

Acabei por ter ligar ao Vet, a saber qual seria a Patologia fatal de que ele suspeitava, e do nome da qual o meu marido não tomara sentido; falaram-me de Leischmaniose...é de facto fatal, pois como é transmissível a humanos, opta-se por abater o animal infectado.
Certo é que a médica não sou eu, mas quanto a mim, ela não apresenta os sintomas visíveis da doença, come desalmadamente, não tem febre, as fezes regularizaram para semi-duras, não tem vómitos e até já tem uma barriguita saliente naquele molho de ossos, e hoje fotografei-a quando a trouxe para casa para lhe dar a injecção, e amanhã já vos mostro a diferença que podem fazer:4 dias de carinho, comida e água com fartura, passeios à noite com a Nika, um bom banho(mesmo muito bom, com um shampoo dérmico que eu nunca pagaria por um, aquele preço para meu uso), vitaminas (Dagravit Total e Cálcio e vit.D) todos os dias...apesar de pequena, a diferença já é visível, e é-o sobretudo na afabilidade e no contentamento que mostra ao ver-nos.
As fotos saem amanhã...

Podem apelidar-me de cruel


mas creiam que não é com má intenção que coloco este post com o novo modelo de havaianas africanas, mas sim com grande pesar quando penso nas dificuldades de tanta e tanta gente por esse mundo fora, que não têm nem 1% do que nós displicentemente deitamos fora...

3.10.05

Aparelho de musculação


Ora cá estou eu de volta, mais torta que uma retorta o que passo a explicar.
6 da manhã, toca a levantar e fazer o costume, banho e tal e, pé na estrada, ou melhor, no acelerador...mas não foi tão simples assim, aquele carro do demo em vez de acelerador tem um raio de um instrumento de musculação que quase tive de me por em pé em cima dele para sair do sítio, já conduzi muitos carros e nunca vi coisa igual. Lá tive de me conformar e vim buscar umas sandálias confortáveis para conduzir, pois com os sapatos que levava, começou logo o salto a furar o tapete de borracha, com a força exercida no dito aparelho de musculação, e lá segui caminho; por sorte não havia nevoeiro, mas em contrapartida havia fumo na zona de Carregal do Sal, e em fase de rescaldo estava também o incêndio na zona de Tondela, onde nas bermas ainda ardiam os últimos tocos de pinheiros. Apesar das dores na perna a viagem até estava a decorrer normalmente, estava dentro do tempo programado para chegar nas calmas a Pinhel, por volta das 9.30h, mas eis que ao chegar a Viseu, em vez da normal ligação ao IP5, há um desvio precisamente por dentro de Viseu, isto eram 8h e pouco da manhã, hora de ponta e eu no meio daquele inferno de rotundas e minúsculos sinais amarelos a dizer “desvio IP5”, que por duas vezes só vi depois de os passar, obrigando-me a um passeio turístico nas ditas rotundas. Finalmente lá desemboco no IP5, mas em vez de acelerar, tenho de reduzir para os 50 ou 60 à hora, em virtude das intermináveis obras naquela via, sempre em faixa única, a levar com os fumos dos camiões cansados das subidas e descidas, que quando não levam os motores à exaustão, fazem os travões ficar incandescentes...que vontade que eu tinha de um copo de leite, ou água, qualquer coisa para molhar a garganta, mas não podia parar, esta minha maldita mania da pontualidade leva-me ao desespero, é como uma droga da qual não me consigo livrar; e assim continuei penosamente, felizmente a subida para a Guarda tem 2 faixas de rodagem e aí já não havia obras a decorrer, mas tinha de fazer tanta força no desgraçado do acelerador que não sei o que me custava mais; quando estou a entrar em Pinhel eram 10h e o eclipse fazia-se notar pela ligeira escuridão, mas uma vez mais, objectivo cumprido, cheguei a horas ao cliente.
Segui para Trancoso, onde o outro cliente com a correria da campanha eleitoral e muitos panfletos ainda para entregar, inclusive os do seu pai e funcionária que pertencem às listas em campanha, com tanta azáfama tinha-se esquecido que eu lá ia, e recebeu-me muito a correr, o que eu compreendi. Almocei em meia hora, e outra vez para a estrada, rumo a Mangualde, onde me deparo com o meu cliente mais morto que vivo, parecia que me estava a ver ao espelho, em frente ao computador a tentar entrar no nosso site o que não estava a conseguir, de barba por fazer e um ar perfeitamente miserável e lançou-me de chofre: têm bonés laranja? Disse-lhe que estavam esgotados desde Agosto, e que no país inteiro já ninguém os tinha a bom preço; eu nestas coisas sou muito sincera, e disse-lhe (apesar de ser a 2ª visita que lhe fazia) o Senhor João está uma lástima, está absolutamente arrasado...ele claro que confessou e explicou-me que tinha trabalhado todo o fds, de dia e de noite e que continuava a ter encomendas de coisas para as campanhas, e não tinha tempo para se coçar. Perante isto só me restou deixar-lhe umas amostras de produtos e dizer-lhe que não valia a pena eu falar-lhe do que quer que fosse, pois ele não me ouviria, a conversa que eu pretendia ter com ele, ficaria para o próximo ano quando todos nós que trabalhamos no ramo, tentamos regressar à velocidade normal.
Já eram 15.30 e eu estava cansadíssima da viagem, com imensas dores nas costas e sobretudo no pé e perna direitos, mas tive de ir para a estrada de novo, rumo a Nelas e por aí abaixo, na zona de Tábua era assustador o fumo e as labaredas altíssimas, acicatadas por um vento horrível que trazia tudo em turbilhão, e tive alguma dificuldade com o ardor dos olhos, mas lá continuei e felizmente não vi nenhum acidente como é hábito naquelas vias.
Escusado será dizer que quando estacionei o carro ao pé de casa, nem me sentia...tenho uma dor no músculo da perna direita que parece que subi o monte Fuji, e o pé abriu mesmo, não consigo tê-lo noutra posição que não seja de calcanhar no ar, como se continuasse a pisar o *#?*& do acelerador...
Para terminar o dia em beleza, o meu marido disse-me que levou a Jota ao Vet, deixou lá 50 euros, fez análises ao sangue cujo resultado sai dentro de 15 dias, pois teme-se que ela tenha uma patologia fatal que, pra cúmulo, o meu marido não se lembra o nome que o médico deu, ou pode ser só falta de carinho e bom trato na fase de cachorro, pois parece que ela tem cerca de 1 ano e meio, e desde os 3 meses que estava naquelas condições deploráveis...ou seja: amanhã lá tenho de telefonar ao Vet, a saber de que doença se poderá tratar para saber com o que posso contar. Mas ao menos não tem febre e está muito mais esperta e já se abana quando chegamos ao pé dela, e gosta muito de mimos, fica com a cabecita esticada à espera de mais festinhas, e farta-se de comer.

2.10.05

Sempre a 100...


Depois de um fim de semana a tratar da Jota, e de tentar fazer o melhor para que ela se sinta em casa, e começar a habituá-la a uma vida normal, com água e comida sempre ao dispor, uma caminha fofa e muito carinho, e a habituá-la também aos mimos da minha Nika, que não é por ser minha, mas é a cadela mais meiga e amiga que já vi, e eu tenho convivido com muitos; pois a Nika só quer lamber a Jota e brincar com ela, não tem o mínimo ciúme mesmo quando a Jota se deita na cama dela, ou come do seu prato, o que já não acontece ao contrário, a Jota não a deixa chegar-se ao prato dela, traumatismos de um animal que tinha de ser cioso do pouco que lhe davam...
Agora só falta mesmo, vedar o enorme quintal para ela andar à vontade, e libertá-la daquela corrente, que me desagrada absolutamente, mas é só uma medida de precaução por enquanto, dado que ela tem pânico de carros e não sai do nosso lado mesmo quando anda solta, e amanhã o meu marido já vai comprar os materiais para construir a dita vedação.
E eu, tenho de arrancar daqui às 7h da manhã, rumo a Pinhel, depois Trancoso e por fim Mangualde, ainda por cima com um carro que nunca conduzi; só espero não apanhar nevoeiro ou acidentes naquele maldito IP5. Assim sendo não poderei vir aqui para vos saudar e por isso ficam já aqui os meus desejos de uma boa semana de trabalho (ou lazer) para todos vocês, e não se esqueçam de estar sempre a 100%...

1.10.05

E vocês, conseguiam ficar indiferentes?



Hoje (sexta-feira) até tive um dia só a 180 à hora, e como não tinha a vista tão cansada contava vir até aqui ao PC em casa, e calmamente dar um giro pelos blogs que tenho aqui linkados e outros, que o não estão, mas isso é unicamente porque como não percebo nada disto tenho de pedir à minha Engenheira do blog, para fazer todas as modificações que pretendo, e se há coisa que não gosto, é de incomodar alguém nem que seja a minha mana.
Mas lá estou eu a desviar-me do que me trouxe aqui; e então cheguei a casa como normalmente, e passada meia hora chegou o meu marido, estava eu a mudar umas recargas nuns rollers, que os ca**** dos chinocas venderam e não escrevem, e como durante o dia é humanamente impossível fazer tudo o que não for atender chamadas atrás de chamadas e fazer seguir encomendas(muito urgentes!!! todas..., é que à velha maneira Portuguesa deixa-se tudo para a última, e a campanha já começou, mas há Autarquias que só ontem à noite adjudicaram os brindes escolhidos às empresas que nos compram), mas dizia eu que estava nesse trabalho de casa, quando ele chega e me diz: Olha já trago ali a cadela que estava na sucata. Eu fiquei petrificada...
Deram-lhe o nome de Jota, e deve ter sido mesmo a única coisa que lhe deram...
Ele já me tinha falado que não aguentava ver o animal naquele estado, e eu própria já o havia constatado quando lá fui por diversas vezes: uma cadela Dobberman presa a uma curta corrente, sobre o cimento, ao sol, ao frio, à chuva e absolutamente só pele e osso, e o dono quando inquirido dizia que ela não engordava, que tinha “qualquer coisa” que nunca ninguém se preocupou em descobrir o que era; achavam que comia bem (batatas e arroz de sobras de restaurantes de comida rápida), e o meu marido passou-se e trouxe-a para vacinarmos, desparasitarmos, visitar o Vet e ver o que se passa com a bicha, que tem o olhar mais doce e perdido que se possa imaginar...claro que vamos ficar com ela, nunca seria capaz de a devolver a tais condições de vida, se assim lhe pode chamar.
Faltou-me a coragem de a fotografar hoje, só olhá-la magoa, dói cá dentro; comeu alarvemente, não há outra maneira de o dizer, uma pratada de ração seca que quase não mastigou, e uma lata de 1kg de comida para cão e continua a cheirar tudo pois quer mais, mas tenho medo que lhe dê alguma congestão, só lhe posso dar mais amanhã. Deitou-se na camita da minha Nika, que só quer brincar com ela, mas a coitada nem energia tem para se mexer, tem o rabo (não é a cauda, pois não a tem) todo em ferida, que já desinfectámos com muitas queixas dela, mas é dócil e não conhece o significado de um gesto de carinho, que ao que parece só o meu marido lhe dava quando lá ia.
Amanhã de manhã, vou dar-lhe banho, pois está absolutamente ensebada de óleos de carro e afins, e tratar-lhe da pele e pelo, pois acho que a dada altura esteve deitada sobre uma poça de valvolina que é bastante tóxica, e está muito danificada em todo o corpo, e depois tiro-lhe uma foto para ilustrar mais este meu desabafo, e verão se a minha descrição faz ou não jus ao estado real deste animal tão querido, e se não sentirão como eu uma revolta imensa só de imaginar as centenas de animais em iguais ou piores condições, e que não têm a sorte de quem os salve desse horror...