7.9.05
Prisão ou...
CAMPO DE CONCENTRAÇÃO
Teus olhos, aves que poisas
sobre as amarguras do mundo,
e que bebem até ao fundo das coisas
como se as coisas não tivessem fundo;
Teus olhos, de asas abertas, povoaram de voos
o claustro do meu rosto,
e interrogaram as sombras, as sombras sempre despertas
deste sonho pressuposto.
Vai-te. Não interrogues nada que eu não sei dizer-te nada.
Isto, e isso e aquilo, não é isso, não é aquilo nem isto.
Não é nada.
Ou talvez não seja nada.
Ou talvez seja só isto:
Um pavor de madrugada,
um mal que se chama Existo!
A. Gedeão
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