12.6.06

Ainda não foi hoje


A inspiração anda mesmo arredia; fui a uma primeira entrevista de emprego em que me remeteram para hoje entre as 18 e as 20h a resposta, se havia ou não passado à parte dos testes psicotécnicos e este tipo de situações, criam-me alguma ansiedade nesta fase, pois larguei a medicação para a depressão meio de repente, mas já estou farta de comprimidos (ainda se desse lucro à mana, mas nem isso...). Na verdade, no meio de dezenas de candidatos, passei à fase dos testes, vamos lá a ver o que sai dali amanhã às 14.45h da tarde (pontualmente, se depender só de mim), saberei concretamente do que se trata e que tipo de lugares existem a concurso.
Assim sendo, minhas queridas, Wind e Fatyly, gosto muito de vocês mas, não consegui sequer olhar para uma folha branca, impedimento que, se bem me conheço, se prolongará até amanhã à tarde, pelo menos...
Aqui fica um poema que eu aprecio bastante, acompanhado de uma pintura bastante sensual de Pino.

POEMA

ALGUMA COISA ONDE TU PARADA
FOSSES DEPOIS DAS LÁGRIMAS UMA ILHA
E EU CHEGASSE PARA DIZER-TE ADEUS
DE REPENTE NA CURVA DUMA ESTRADA
ALGUMA COISA ONDE A TUA MÃO
ESCREVESSE CARTAS PARA CHOVER
E EU PARTISSE A FUMAR
E O FUMO FOSSE PARA LER
ALGUMA COISA ONDE TU AO NORTE
BEIJASSES NOS OLHOS OS NAVIOS
E EU RASGASSE O TEU RETRATO
PARA VÊ-LO PASSAR NA DIREÇÃO DOS RIOS
ALGUMA COISA ONDE TU CORRESSES
NUMA RUA COM PORTAS PARA O MAR
E EU MORRESSE
PARA TE OUVIR SONHAR

António José Forte

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