17.8.06

Agora estou assim



Estou desde ontem a recuperar (lentamente, diga-se), da última semana. Isto de se conviver só não cansa quando temos vinte e poucos anos e acreditamos que nunca vamos envelhecer.
Não me interpretem mal, eu adoro conviver com a família e com gente amiga e sem cerimónias, onde trocamos experiências e ideias que por vezes, é ali mesmo que nos surgem, fruto de outras vivências ou ideologias. Adorei a tarde que passámos juntos, depois de um almoço frugal (feijoada), que começou com umas parcas entradas (morcela assada) das quais constava a receita de um “dip” que a mana Lima faz muitíssimo melhor que eu, mas deu para o gasto e acho que até agradou. Tenho a consciência de não me ter esmerado na sobremesa, mas como não aprecio doces, também não os sei fazer e além disso, o calor era tal que optei por servir o geladinho da praxe.
Depois do café, decidimos ir até um Bar / Galeria de Arte que existe na outra margem, pois tem uma óptima esplanada com sombra, virada para o antigo Mosteiro de Santa Clara, cujas escavações se prolongam no tempo, obtendo-se também uma bonita panorâmica da cidade, embora as árvores tenham crescido e tapado a vista em grande parte da esplanada. Acabámos por descobrir uma óptima sangria, bebida da qual eu dizia não gostar, pois as anteriores experiências não se revelaram muito agradáveis, afinal já gosto, ou melhor: gostei daquela; tinha canela e maçã e estava fresquinha como devia. Foi um dia que passou num relâmpago de tal forma, que até me esqueci de tirar fotos de tão embrenhada que estava com a companhia.
A Mushu ficou a fazer-me companhia mais uns dias, que em virtude do calor que se fazia sentir, só nos permitia sair durante a manhã e acabámos por limitar bastante as visitas que desejaríamos. Escusado será dizer que adorei a companhia dela e do Brisinha, para além de lhe estar infinitamente grata pelos arranjos que fez no meu computador e dos programas que me trouxe, bem como das dicas que me deu.
Gostaria de ter convidado muito mais pessoas, mas além do orçamento não me permitir muitas “avarias”, não tenho grande savoir faire ao nível da cozinha.
Passados que foram esses dias, rumo à quinta onde já estavam as manas todas e restante família (menos os sobrinhos, esses como são “malta xobens, pá” andavam pelos festivais ou a estudar) e aí é que a “desgraça” foi total. Como era a mãe e a Lucy a cozinhar, a comida era deliciosa e convidava à gula pura e simples, ao enlevo da degustação de um coelho de cabidela, uma carne estufada ou umas sardinhas de escabeche e ainda umas gambazinhas, coroadas por um caldo verde acabado de colher, para desenjoar...e para tornar a enjoar, um Abade de Priscos, bolo de bolacha e aletria, tudo caseiro como manda a cartilha.
Já me esquecia das Caipiroskas e dos excelentes vinhos de produção própria do Douro. Posto isto, não acham que foram uns dias em cheio? Daí esta minha fadiga que me tem deixado prostrada; esperemos que amanhã passe, a ver se faço alguma coisa de jeito, ou pelo menos que me aflore um qualquer pensamento, nem precisa de ser muito profundo...

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