1.8.06

Instinto maternal


Escusado será dizer que quando fui buscar as cadelas, elas ficaram radiantes mas acho que ficaram mesmo, foi: aliviadas.
Passaram todo o dia meias “dormentes” e com um ar extremamente triste, só com prolongadas sessões de mimo, foram regressando à normalidade.
Fiquei estupefacta quando notei nas tetas da Jota, uma intumescência fora do normal, mas sabendo que o cio já passou há meses, coloquei de parte a hipótese de uma gravidez, até porque barriga, ela não tem fora do normal. Mas o António quis confirmar e, não é que ela criou leite?
Quem entende do assunto diz-me que o mais certo foi ela ter iniciado esse processo, quando se apercebeu que estava sozinha com a Nika, num sítio estranho e sem nós; ou seja: pensou que as tivéssemos abandonado e isso despertou o seu instinto maternal para proteger a Nika, criando leite para a amamentar, embora elas tenham praticamente a mesma idade, a Nika é muito infantil, só pensa em brincar e ela – a Jota – só aprendeu a fazê-lo agora com ela e não sabe brincar com outros cães. Talvez por ser esterilizada a Nika não tem esse instinto de protecção, só pensa em brincadeira e mimos que dá à Jota, lambe-a a torto e a direito.
Tenho um enorme peso na consciência e, embora tenham sido bem tratadas, acho que não terei coragem de as fazer passar por isso novamente; estiveram todo o dia com um olhar receoso e quase com medo de andar pela casa, limitando-se à marquise onde dormem. Só agora depois de jantar, apareceram na sala e já se mostraram mais seguras e à vontade; agora foram dar o passeio com o dono e a seguir vão dormir nas suas caminhas e espero que amanhã, já não tenham aquela palidez no olhar.
Lá terei de ir ao Vet outra vez, para lhe receitar comprimidos para secar o leite, coitadinha da minha Jota...

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