14.9.06

An Inconvenient Truth(clique aqui)


Quero acreditar, sinceramente, que o facto de só estarmos 3 pessoas a assistir ao filme, se deveu à hora (13.25h), ao facto de ser a estreia e não, por ser um documentário.
Não me compete a mim fazer juízos de valor relativamente a Al Gore, muito menos perante este trabalho que a mim me parece bastante lúcido, claro e conciso.
Este é só um alargar de horizontes num trabalho que ele já faz há uns anos, dar palestras sobre o aquecimento global e os seus efeitos e apelar, como ele próprio diz: “ a cada família, em cada casa, é urgente consciencializar, urgente divulgar”.
Neste documentário houve o bom senso de não explorar as imagens de tragédia que já todos conhecemos, mais do que o necessário, mostra-nos outras que são chocantes pela inquietação que nos invade ao vê-las. Não se falou ali de nada que eu já não conhecesse, mas eu devoro todos os documentários nos canais de cabo e não é de admirar; no entanto, a clareza da exposição e os factos apresentados, inclusivamente aqueles que o governo do seu país tenta ocultar, o dizer da tão ridícula posição que tomaram perante o Protocolo de Quioto, para além das consecutivas tentativas de descrédito de estudos científicos, elaborados por cientistas de renome; por tudo isto é um acto de coragem, mas é sobretudo um apelo feito por alguém que não se cansa de repetir, os milhares de vezes que for preciso, que a devastação do planeta já atingiu quase uma proporção geométrica, que os glaciares estão a derreter a um ritmo preocupante e é urgente que façamos algo.
Não contive no final do filme, um sorriso trocista quando me veio à ideia de como seria o filme feito com o W. Bush, se ele conseguiria dizer uma frase sem uma gafe, ou simplesmente dizer uma frase, que fosse...e não pude também deixar de pensar como foi possível ele ter sido derrotado (embora tecnicamente) nas eleições para a Presidência, que raio é que vai na cabeça daquela gente?
Há poucos dias, na efeméride do 11 de Setembro, houve uma frase que me ficou a ecoar na cabeça: “A tragédia que acabou com todos os preconceitos” e ficou-o porque me chocou. Claro que foi uma tragédia, mas diariamente estamos a provocar tragédias ainda maiores, o Katrina e a crescente quantidade de furacões, tufões e trombas de água por todo o mundo, são só um prenúncio de algo ainda mais desastroso. Agora pergunto: qual a proporção que a tragédia que terá de atingir, para acabar com os preconceitos que ficaram?

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