1.10.05

E vocês, conseguiam ficar indiferentes?



Hoje (sexta-feira) até tive um dia só a 180 à hora, e como não tinha a vista tão cansada contava vir até aqui ao PC em casa, e calmamente dar um giro pelos blogs que tenho aqui linkados e outros, que o não estão, mas isso é unicamente porque como não percebo nada disto tenho de pedir à minha Engenheira do blog, para fazer todas as modificações que pretendo, e se há coisa que não gosto, é de incomodar alguém nem que seja a minha mana.
Mas lá estou eu a desviar-me do que me trouxe aqui; e então cheguei a casa como normalmente, e passada meia hora chegou o meu marido, estava eu a mudar umas recargas nuns rollers, que os ca**** dos chinocas venderam e não escrevem, e como durante o dia é humanamente impossível fazer tudo o que não for atender chamadas atrás de chamadas e fazer seguir encomendas(muito urgentes!!! todas..., é que à velha maneira Portuguesa deixa-se tudo para a última, e a campanha já começou, mas há Autarquias que só ontem à noite adjudicaram os brindes escolhidos às empresas que nos compram), mas dizia eu que estava nesse trabalho de casa, quando ele chega e me diz: Olha já trago ali a cadela que estava na sucata. Eu fiquei petrificada...
Deram-lhe o nome de Jota, e deve ter sido mesmo a única coisa que lhe deram...
Ele já me tinha falado que não aguentava ver o animal naquele estado, e eu própria já o havia constatado quando lá fui por diversas vezes: uma cadela Dobberman presa a uma curta corrente, sobre o cimento, ao sol, ao frio, à chuva e absolutamente só pele e osso, e o dono quando inquirido dizia que ela não engordava, que tinha “qualquer coisa” que nunca ninguém se preocupou em descobrir o que era; achavam que comia bem (batatas e arroz de sobras de restaurantes de comida rápida), e o meu marido passou-se e trouxe-a para vacinarmos, desparasitarmos, visitar o Vet e ver o que se passa com a bicha, que tem o olhar mais doce e perdido que se possa imaginar...claro que vamos ficar com ela, nunca seria capaz de a devolver a tais condições de vida, se assim lhe pode chamar.
Faltou-me a coragem de a fotografar hoje, só olhá-la magoa, dói cá dentro; comeu alarvemente, não há outra maneira de o dizer, uma pratada de ração seca que quase não mastigou, e uma lata de 1kg de comida para cão e continua a cheirar tudo pois quer mais, mas tenho medo que lhe dê alguma congestão, só lhe posso dar mais amanhã. Deitou-se na camita da minha Nika, que só quer brincar com ela, mas a coitada nem energia tem para se mexer, tem o rabo (não é a cauda, pois não a tem) todo em ferida, que já desinfectámos com muitas queixas dela, mas é dócil e não conhece o significado de um gesto de carinho, que ao que parece só o meu marido lhe dava quando lá ia.
Amanhã de manhã, vou dar-lhe banho, pois está absolutamente ensebada de óleos de carro e afins, e tratar-lhe da pele e pelo, pois acho que a dada altura esteve deitada sobre uma poça de valvolina que é bastante tóxica, e está muito danificada em todo o corpo, e depois tiro-lhe uma foto para ilustrar mais este meu desabafo, e verão se a minha descrição faz ou não jus ao estado real deste animal tão querido, e se não sentirão como eu uma revolta imensa só de imaginar as centenas de animais em iguais ou piores condições, e que não têm a sorte de quem os salve desse horror...

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