7.11.05

A minha Alegria


[Quando a minha Alegria nasceu tomei-a nos braços e subi com ela ao terraço da minha casa. Então gritei : "Venham vizinhos, venham ver, nasceu a minha Alegria ! Venham contemplar um homem feliz que se ri ao sol". Mas com grande surpresa minha nenhum vizinho quis ver a minha Alegria.
Todos os dias durante sete Luas anunciei ao vento a minha Alegria do terraço da minha casa, mas ninguém quis dar-me ouvidos.
Assim, a minha Alegria e eu ficámos sozinhos, sem interessar a ninguém e sem que alguém viesse visitar-nos. Até que a minha Alegria começou a empalidecer e a cansar-se porque nenhum outro coração a não ser o meu admirava a sua beleza e só os meus lábios beijavam os seus.
Lentamente, a minha Alegria morreu de solidão. Hoje apenas recordo a minha Alegria desaparecida quando recordo a minha Tristeza morta.
A recordação é uma folha de Outono que murmura um instante nas mão do vento.]

de Khalil Gibran

Nenhum comentário: