4.4.06

Só me saem duques...



Como já referi algumas vezes, moro num andar de um rés-do-chão alugado no centro da cidade, do qual pago uma renda irrisória e o senhorio não quer vender; é a tal pescadinha de rabo na boca: não faz obras porque a renda é baixa, eu não faço obras porque não tenho dinheiro e a casa não é minha...
A juntar a vários problemas comuns a casas com mais de 50 anos, ao nível da canalização, electricidade que vamos melhorando, existem outros que nos ultrapassam e que não veremos resolvidos, a não ser da pior forma: quando acontecer uma desgraça.
O prédio de um dos lados da casa está desabitado há já uns anos, e depois do episódio que já referi do suposto cadáver, vieram cimentar as entradas do piso térreo e limpar o mato que se acumulara nas traseiras da casa, onde cada uma tem um quintal bastante grande e para onde eu via os miúdos do 2º ciclo irem depois das aulas, não sei se para fumarem às escondidas ou quê...
O último inquilino do prédio, resolveu abrir ilegalmente mais um acesso para carros, numa parte que era antes um jardim, construiu uma rampa em cimento, colada ao muro meeiro que separa as duas propriedades, estando-se completamente borrifando para o facto do muro já estar inclinado para o meu lado.
Como podem ver pelas fotos, o terreno é inclinado e a pluviosidade vai-se entranhando ano após ano e o muro abriu brechas já há mais de 10 anos e está cada vez pior, pois ao cimentar a rampa, desviou o curso natural das águas pluviais e o muro ganhou tamanha inclinação, ao ponto do meu marido ter colocado escoras na zona mais inclinada, que também já estão a vergar e fica precisamente na esquina da casa onde está a sala de estar, e não tendo ponto de apoio, não pôde colocá-las também na escada de acesso ao terraço e ao nosso quintal, onde passamos todos os dias, seja por causa dos cães, seja para estender roupa.
Todos os anos eu digo que não passa daquele inverno, já remodelámos a sala de estar tendo em conta essa possibilidade, colocando os sofás do lado contrário, assim se se perder alguma coisa, será a TV e o móvel...
O senhorio veio cá o ano passado, viu o estado em que está e diz que não quer saber de nada, frisando no entanto, que nas partilhas entre os 3 irmãos, o logradouro pertence unicamente ao r/ch, os restantes andares até o direito ao quintal perderam, onde antes existia um tanque para cada andar e ao cimo, três canis e um talhão de terra para cada um. No entanto: “não quer saber”...
Mas que merda é esta? Por vezes sinto-me rodeada de filhos da puta, é o vizinho de cima que é um burgesso, o juiz que felizmente não está a viver cá, mas pensa ter o rei na barriga; e logo eu que não me meto na vida de ninguém, nem sei o nome da vizinha de cima, nem do filho, apesar de morar aqui há 21 anos não conheço ninguém, nem quero conhecer, nem me interessa e só quero é resolver as coisas “na boa” e só me saem duques...

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