31.1.06

Não consigo imaginar...



Como é que daqui a um tempo, depois de uma intervenção com gosto e mestria, esta casa ficará; não tenho esse poder imaginativo, conheço pessoas que olham para estas coisas e fazem logo o retrato futuro mentalmente, eu, por mais projectos que veja e mais descrições que me façam, nunca consigo antever estas coisas, daí talvez, o maravilhar-me ao verificar os progressos, enquanto a obra avança, como aconteceu com todas as outras casas lá da quinta, e dar valor e apreciar a mestria daqueles homens, e a dedicação e perfeccionismo do empreiteiro. Cheguei à conclusão que gosto de obras, gosto de ver as coisas a evoluir, a embelezar-se a dar vida a espaços, uns moribundos, outros já completamente arruinados.
Apesar desta minha incapacidade, sei que vai ficar muito bonita, pois terá lá dentro o esforço de todos nós, junto com o bom gosto e a sobriedade.

30.1.06

Este anda assim,



Desde que lhe disseram que o Alegre ficou à frente do Soares, nas eleições. E nem o facto de passar estas noites de frio, com uns cartões a servir de casa, lhe tira aquele sorriso da cara...

29.1.06

24 horas




Com as prespectivas sombrias que os media avançavam para o fim de semana, lá fui até à Beira Alta, bem agasalhada e a contar com um cenário diferente do habitual.
Mas não, apesar de um frio cortante, típico da Serra da Estrela e de uma temperatura normal para a época, lá comemos a nossa "roupa velha", para quem não sabe, é bacalhau , batatas e couve, cozido e mexido com bastante azeite; para mim é o melhor petisco do mundo, e amanhecemos com o Colcurinho pintado de branco, bem como toda a Serra do Açor, e depois de uma manhã encoberta e fria, o sol despontou radioso e sem vento, proporcionando um excelente final de domingo. E assim neste curto período de tempo que não ultrapassou 24 horas, com dormida incluida, refazem-se as forças e retempera-se a alma, com sons de vento e o farfalhar de memórias, quase sempre gratas.
Boa semana para todos vós!!

28.1.06

Madrigal

(clique na imagem para aumentar)

Tu já tinhas um nome, e eu não sei
se eras fonte ou brisa ou mar ou flor.
Nos meus versos chamar-te-ei amor.

II
Cantas. E fica a vida suspensa.
É como se um rio cantasse:
em redor é tudo teu;
mas quando cessa o teu canto
o silêncio é todo meu.

Eugénio de Andrade

27.1.06

Bom fim de semana a todos

Como vou para a Serra, e está este rico tempo, acho que vou limitar-me a fotografar a lareira...

(cliquem na imagem para aumentar, acho este quadro fabuloso, pelas cores)

4o. Motivo da rosa


Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.


Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.


Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.


E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

26.1.06

Masks



Eu não sei qual o segredo do sucesso, mas o segredo do fracasso é tentar agradar a toda a gente.

(Bill Cosby)

25.1.06

Despedida


Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranquilo:
quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? - Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?

Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)

Cecília Meireles

Ainda sabemos cantar



Ainda sabemos cantar,

Ainda sabemos cantar,
só a nossa voz é que mudou:
somos agora mais lentos,
mais amargos,
e um novo gesto é igual ao que passou.

Um verso já não é a maravilha,
um corpo já não é a plenitude.

Eugénio de Andrade

24.1.06

Um outro olhar...


Só p’ra chatear, desta vez não me venho lamentar como sempre, e sim, para tentar ver o lado positivo das coisas, senão vejamos:

Começando pela família, é do melhor que pode haver; gente divertida, inteligente e amiga das coisas boas da vida, uma família unida quando é preciso, onde toda a gente ser quer verdadeiramente bem, e não como vejo à minha volta, só sorrisos falsos e invejas atrofiadas, maus fígados e falta de humildade.

Tenho um marido que me ama e o demonstra há já muitos anos, não me chateia, não me trata mal, é divertido e bondoso, e apesar de adorar “gaijas”, sei que se alguma “marchar”, não será por amor, concerteza...e tampouco é assunto que preencha os meus pensamentos, ou me cause inquietação. Contra muito boa gente que passa a vida a revistar os bolsos e os papéis do marido, e a ver se há batôn nos colarinhos, e à primeira piscadela de olho e promessas de compreensão, do seu sofrimento e angústia...abrem-se todas, na procura do prazer que se lembram vagamente que existe...

Tenho uma casa mais ou menos grande, e a sorte de ter uma renda inferior a 30€, tenho jardim, quintal e garagem no centro da cidade e duas cadelas que me enchem de mimo, ao ponto de eu achar que todo aquele que lhes dou, nunca será nem um “cagagésimo” do que elas me dão. Contrariamente a quem vive nos subúrbios a pagar rendas impensáveis, por verdadeiros tugúrios.

Tenho muito trabalho todos os dias, e ainda bem, pois se não o tivesse, poderia ser sinal de que a breve trecho, seria mais um número na estatística do desemprego.
Tenho uns colegas de trabalho 5 estrelas, um trabalho com um salário de 600€ e tal, um patrão que ainda dá bolo rei no Natal, e amêndoas na Páscoa e um premiozito anual ao pessoal, e boas condições técnicas de trabalho, e anda quase sempre com um sorriso e a brincar. Há por aí muitos ambientes de trabalho de “cortar à faca”, patrões que andam com uma cara sempre parecida com uma bota da tropa, rotinas de dar em autómato, e salários de miséria.

Tenho a sorte de ter um refúgio de fim de semana, verdadeiramente paradisíaco e acolhedor, a poucos Km daqui, onde desabafo com a minha melhor amiga e ouço os seus conselhos, embora nem sempre os siga, sabendo que todos os meus queixumes são por coisas tão mínimas, ao pé dos que ela teve durante a vida, mas dá-me força para ser digna de ser sua filha, e cada dia que passa faz-me sentir mais e mais orgulho, de ela ser minha mãe.

E, finalmente, eu até tenho um Blog....e há amizades feitas aqui, há gozo puro, ou simplesmente alegria e boa disposição; vem cá gente em passeio por este universo da blogosfera, ou vêm os “habituées”, nem que seja para dar uma descasca, ou simplesmente para dizer: bom dia!

Portanto estão a ver, eu até sou uma criatura feliz.....

23.1.06

Excentricidades



Canção Excêntrica

Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.

Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
projecto-me num abraço
e gero uma despedida.
Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.

Meu coração, coisa de aço
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.

Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.

Cecília Meireles

As mãos


As mãos
Que tristeza tão inútil essas mãos
que nem sempre são flores
que se dêem:
abertas são apenas abandono,
fechadas são pálpebras imensas
carregadas de sono

22.1.06

Crónica dos sábados


Como é que alguém se pode sentir vivo, e senhor da sua vontade, quando automaticamente cria rotinas, e age como um autómato?
Sábado de manhã, acordas à hora do costume, e o máximo que consegues estar na cama, é meia hora a mais que o normal; levantas-te, banhito e tal, preparas a roupa para a lavandaria, recolhes as pilhas usadas e coloca-las na carteira, sais de casa e aprecias o frescor da manhã de Inverno, e o quase vazio das Ruas e Praças, e só te apetecia continuar a conduzir rumo à beira mar, e sentir-te livre, mas não...vais direita ao café tomar o pequeno almoço, tudo cronometrado, às 9h até às 9.15h, depois vais ao hipermercado às mercolas, como diz a mana, e às 10h estás a colocar as compras no carro, e a tirar os sacos para deixar na lavandaria que abre a essa hora, tudo cronometrado e sem relógio, pois é o tempo necessário para fazer o indispensável, ao ponto da empregada da lavandaria perguntar no gozo, se eu vou fiscalizar a hora de abertura(???!!!) trazes a roupa que lá ficou há uma semana, metes-te no carro, a caminho de casa, paras na bomba e metes gasolina para a semana toda, chispas para casa por causa dos congelados, descarregas as compras, arruma-las e aspiras o carro a correr,antes que o vizinho de cima apareça para tirar o carro dele da garagem, sais e procuras um lugar para estacionar na rua, acabas por deixá-lo num estacionamento proibido e voltas para casa para pôr a roupa a lavar e apanhar a que está estendida, e sempre a espreitar pela janela a ver se já há lugar...enfim um lugarzito. Tens de correr e ir mudar o carro de sítio, antes que apareça algum dos clientes da clínica em frente, ou algum médico com o seu SLK, ou BMW Série 6, e abanque lá todo o dia .
Voltas para casa, a tempo de ir coser uma roupita antes de fazer o almoço, ligas o PC e verificas que ninguém apareceu no blog, como é normal, e deixa-lo em stand by a contar voltar mais tarde; entretanto fazes o almoço e nos entretantos, vais limpar e arrumar o mais premente, e almoças...
A seguir dá-te um cansaço extremo e vais dormir a sesta, logo a seguir a verificar novamente que ninguém te visitou nem comentou o blog. Já passou a tarde e não te apetece levantar da cama para voltar à cozinha; no entanto, o “sentido do dever” impede-te de lá ficar; lá vais como uma sonâmbula, preparar mais comida e fazer café para uns dias (não tens dessas modernices de expressos), tentas inovar um pouco e varias o arroz e o molho das costeletas e tudo te sabe a déjà vu ; depois de jantar é o mesmo, louça na máquina, os homens a ver o Mundial de Snooker e ao mesmo tempo o Sporting- qualquer coisa...e vão comentando lances que não percebes bem a que jogo se referem se não mencionarem os nomes, ou quando gritam: penalty!!!!!aí sabes que não é snooker...
Vens uns minutos ao computador, e ao fim de 5 min. Já te perguntam: estás a blogar?, só sabes blogar...olha que é preciso ter lata! Mas como respondes à letra ( vai pró c***, não estavas a ver a Eurosport?), fica tudo resolvido, na boa!...
Vais buscar um copo de vinho (do bom; pois, a vida é demasiado curta, para se beber mau vinho...) e sentas-te a tentar escrever algo profundo e inovador, e sai-te esta merda....mas pelo menos ouves o primeiro álbum dos Genesis, “ Trespass” e depois o 1º a seguir à saída do Peter Gabriel, “And then there were three”, e a alma preenche-se de sons magníficos e vagueias pelas palavras e pelas notas, e deixas-te ir, e continuas com “Communiqué” dos Dire Straits e ficas por aqui a ouvir a música e a escrever baboseiras, enquanto os homens vêem o snooker, e tu pensas em desaparecer qual Mandrake....

21.1.06

Como pedir genéricos

NOMES DE GENÉRICOS CUJO CONHECIMENTO É MUITO ÚTIL, QUANDO SE AVIAM NA FARMÁCIA
MARCA DO MEDICAMENTO OU AFIM GENÉRICO CORRESPONDENTE

ACTIVAROL- PRAMEMÓRIA
AGIOLAX- PRACAGAR
ASPIRINA- PRÁTOLA
BENUROM- PRÁTOSSE
BUSCOPAM- PRÁSDORES
CÊGRIPE- PRÓVIRUS
COLGATE- PRÓSDENTES
COZAAR- PRÁTENSÃO
GERPROCT- PRÓCU
ILVICO- PRÓESPIRRO
KOMPENSAM- PRÁZIA
LAURODERME- PRÓSTOMATES
NASEX- PRÁPENCA
REUMON GEL- PRÓCARUNCHO
SALTRATOS- PROSPÉS
SORO- PRÁVEIA
TAMPAX- PRÁRATA
TANTUM VERDE- PRÁBOCA
VALIUM- PROÓÓ
VIAGRA- PRÓTESÃO
XANAX- PRÓSTRESS

19.1.06

Nada de confusões...

Numa favela, dia de sol, calor infernal. Três homens entram num barraco pequeno, quente e húmido, arrastando um rapaz magrinho e franzino pelos braços. Lá dentro, o Djalmão, um negrão enorme, muito suado, fedendo, cara de enjoado, palito no canto da boca, limpando as unhas com um facão de cortar côco. Um dos homens diz:
- Djalmão, o chefe mandou você comer o cú desse cara aí... Disse que é para ele aprender a não se meter a valente com o pessoal da favela.
A vítima grita de desespero e implora por perdão. Mas o Djalma apenas rosna, ignorando os lamentos do homem:
- Pode deixar ele aí no cantinho, que eu cuido dele daqui a pouco. Quando o pessoal sai o rapaz diz:
- Sr. Djalmão por favor, não faz isso comigo não. Me deixa ir embora, eu não digo p'ra ninguém que o senhor me deixou ir sem punição... Djalmão diz:
- Cala a boca e fica quieto aí ! Cinco minutos depois, chegam mais dois homens, arrastando um outro:
- O chefe mandou você cortar as duas mãos e furar os olhos desse elemento. É para ele aprender a não tocar no dinheiro do chefe. Djalmão com voz grave:
- Deixa ele aí no cantinho que eu já resolvo. Pouco depois chegam os mesmos homens, arrastando outro pobre coitado:
- Djalmão, o chefe disse que é p'ra cortar o bilau desse cara aqui, p'ra ele aprender a nunca mais se meter com a mulher do chefe. Ah... e ele falou ainda que é p'ra você cortar a língua e todos os dedos dele para não haver mais a possibilidade de ele bolinar nenhuma mulher da favela! Djalmão com voz mais grave ainda:
- Já resolvo isso. Bota ele ali no cantinho junto com os outros. Aí, o primeiro rapaz entregue aos cuidados do Djalmão diz em voz baixa:
- Seu Djalmão, com todo respeito, só p'ró senhor não se confundir: o do cú sou eu, 'tá ?

18.1.06

Machismos da Língua Portuguesa


A sociedade feminina portuguesa queixa-se do tratamento
machista existente na gramática portuguesa. E tem razão. Seguem-se
alguns exemplos:

Cão = melhor amigo do homem
Cadela = puta

Vagabundo = homem que não trabalha
Vagabunda = puta

Touro = homem forte
Vaca = puta

Aventureiro = homem que se arrisca, viajante, desbravador
Aventureira = puta

Menino de rua = menino pobre, que vive na rua
Menina de rua = puta

Homem da vida = pessoa letrado pela sabedoria adquirida ao longo
da vida
Mulher da vida = puta

Puto = miudo
Puta = puta

Até amanhã pissoali, e durmam para o lado certo...

17.1.06

E tornou a dar-lhe...



Já estou farta de andar
A saltar de crise, em crise;
Isto tem de terminar,
Ou não me chame: Ivette Marise.

Que merda de vida esta
Que nunca mais vai ao lugar
Se hoje é dia de festa,
Amanhã, é só chorar

Ando por aqui aos tombos
Ao sabor da tempestade
O que restará nos escombros,
Alguma vida, ou só saudade?

Tenho saudades da vida,
Outras vezes de coisa alguma,
Mas dói-me sempre esta ferida,
Apesar de não se ver nenhuma...

Se não fosse a companhia
De vocês, que são porreiros
Não sei o que aconteceria
A estes meus versos foleiros.

Ficavam num qualquer canto,
A mofar, como os demais,
Abafados no escuro manto,
Dos esquecimentos banais.

Foi mais um desabafo meu,
Neste canto de conveniência
Quem até aqui já leu,
Já lhe gabo a paciência.

Não façam caso de mim
Nem das minhas agonias,
Isto é porque eu sou assim,
Como o Bartolomeu, que tem Dias...

Já ‘tou a perder a gana
Até estou com ar de mono
Eu vou mas é para a cama,
Que isto deve ser é sono...

Crimes


Quem passeia por esse país fora, sobretudo pelo interior, pelas Beiras ou pelo Litoral Centro e Norte de Portugal, já se deparou com certeza com a ruína iminente de muitas casas abandonadas, cuja imponência e fulgor, há muito desapareceram, ou vão lentamente desistindo da luta contra os elementos, e deixam-se invadir pela flora e fauna, que a devoram com a lentidão de quem degusta um petisco...
Em muitas cidades, vai existindo o mesmo abandono criminoso, que, não deixando lugar à natureza, simplesmente as demole de uma vez, poupando-as talvez, digo eu, ao lento agonizar, claudicando frente aos elementos.
Gosto especialmente de Art Déco e Art Noveau, e adoro admirar os pormenores de algumas casas, mesmo cá em Coimbra, que ladeiam as janelas, com magníficas cantarias, e reportando-nos a uma Era, onde existia “Tempo”. Havia tempo para criar e apreciar estas e outras obras, os azulejos mais elaborados que a mão humana conseguisse criar, criar-se-iam, e adornariam claustros e pátios, bordejados de fontes e arbustos...não estou a tirar valor à Arquitectura Moderna, nem aos grandes, como o Siza, também aprecio essas obras, mas deixam-me sempre um pequeno vazio, que só estas lindas varandas e fachadas, conseguem preencher; é uma admiração de um estilo e, ao mesmo tempo, uma nostalgia antecipada pela degradação de um património inestimável, e que não creio que não venha a ser engolido pela “modernidade”.

16.1.06

A importância do "não sei"


Se ainda não sabes qual é a tua verdadeira vocação, imagina a seguinte cena:

Estás a olhar pela janela, não há nada de especial no céu, somente algumas nuvens aqui e ali... aí chega alguém que também não tem nada para fazer e pergunta: - Será que vai chover hoje?

Se responderes "com certeza..." - a tua área é Vendas: - o pessoal de Vendas é o único que tem sempre a certeza de tudo.

Se a resposta for "sei lá, estou a pensar noutra coisa..." - então a tua área é Marketing: - o pessoal de Marketing está sempre a pensar naquilo em que os outros não estão a pensar.

Se responderes "sim, há uma boa probabilidade..." - És da área de Engenharia: - o pessoal da Engenharia está sempre disposto a transformar o universo em números.

Se a resposta for "depende..." - nasceste para Recursos Humanos: - uma área em que qualquer facto estará sempre na dependência de outros factores.

Se responderes "ah, a meteorologia diz que não..." - Então és da área de Contabilidade: o pessoal da Contabilidade confia mais nos dados no que nos próprios olhos.

Se a resposta for "sei lá, mas por via das dúvidas eu trouxe um guarda-chuva": - então o teu lugar é na área Financeira que deve estar sempre bem preparada para qualquer mudança de tempo.

Agora, se responderes "não sei"... há uma boa chance de teres uma carreira de sucesso e chegares a director da empresa.

De cada 100 pessoas, só uma tem a coragem de responder "não sei" quando não sabe. Os outros 99 acham sempre que precisam de ter uma resposta pronta, seja ela qual for, para qualquer situação. Não sei é sempre uma resposta que economiza o tempo de toda a gente e predispõe os envolvidos a conseguir dados mais concretos antes de uma tomada de decisão.

Parece simples, mas responder "não sei" é uma das coisas mais difíceis de se aprender na vida corporativa. Por quê? Eu, sinceramente, "não sei".

MAX GEHRINGER

13.1.06

Só para mulheres com garra!


SÓ PARA MULHERES FENOMENAIS

Tem sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias
convertem-se em anos...
Mas o que é mais importante não muda.
A tua força e convicção não tem idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha.
Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.
Enquanto estiveres viva, sente-te viva.
Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas...
Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não conseguires correr através dos anos, Trota
Quando não consigas trotar, caminha.
Quando não consigas caminhar, usa uma bengala.
Mas nunca te detenhas!!!.
Madre Teresa de Calcutá

12.1.06

Dessecuberta

dessecubri que o binho é uma esselente musa...bócês num calculão a inspirassom que medá, editar postes aofim de trez penaltes...embora 3/4 setenham intorrrnado no teclado, mas cumo o gaijé bounhe, cunti nua a fonceminar...
acunselho bibamente ós desins pirados, a exprimentçoum da noba prof..porf...porfiloquecia cuntra a extagn-açoum da idayas...

é porcizo inobar...

P.S. E olhemc'as bírgulas tão lá todiiiinhas....

Surpresa!!!!


Apesar do Penso estar farto de blogs estúpidos e sem qualquer interesse (como o meu diga-se), e embora ele seja demasiado cavalheiro para o afirmar, cá vou eu contar também um facto que para a maioria de vós não terá qualquer relevância, devendo até ser apelidada de : Private joke.
Hoje o meu afilhado veio de Vilamoura, e está aos poucos a trazer as coisas da casa dele para cá, pois vai viver connosco uns tempos até encontrar casa e vender o T1 que lá tem, num sítio muito agradável diga-se, e novo e em condomínio fechado (isto foi um aparte, se alguém estiver interessado, é só dizer). Começou por trazer algumas coisas essenciais, e tal, como um aquecedor, pois a minha casa de tão grande que é e sem aquecimento, torna-se algo fria, por ser quase não habitada, e aquecimento central para 10 divisões, mais um corredor e marquise, não há orçamento que aguente...e trouxe alguns objectos de uso pessoal e uma prenda para mim, que ainda não consegui fechar a boca desde que ele chegou: uma Nikon 6006, com objectiva de 300mm, semi-profissional e tudo e mais alguma coisa, com uma maleta própria e todos os líquidos para limpeza das lentes e manutenção da dita.
Juntamente com os pertences, viu que tinha coisas no frigorífico e trouxe-as para o desligar, e diz-me ele muito contente: ó madrinha, trouxe uma coisa que gosto muito de cozinhar, para não se estragar...
- O que é? Perguntei
- É uma courgette que lá tinha, gostas?
- Uma quê?!!!???? Não posso crer...
- Tenho de chamar a Luna, respondi
- Desculpa???......
- Não ligues...e desatei a rir à gargalhada....

Escusado será dizer que encorpei a ideia de louca que ele tem de mim, mas como somos amigos isso não importa, até fortalece o “conbíbio”...e lá ficou ele coitado, sem a mínima ideia de quem seria a Luna, e que raio teria ela a ver com o facto, de ele ter trazido uma courgette, e isso me tivesse feito rir tanto...

11.1.06

Gostei da foto...


...e lembrei-me de um livro que há já uns anos não faço ideia onde pára, chamado "Órgão de Luzes", do Gastão Cruz, e deste poema que recordo, e me ficou na memória como tantos outros de outros autores, de tanto os ler e reler na biblioteca em virtude não os poder comprar.

Estou sentado no tempo
não perturbes o caos que me constrói
afasta a tua mão,
das pálpebras molhadas
debaixo delas, passa
a água das imagens...

Bô nôte!!!!

10.1.06

Querem ver que esta merda é crónica????



Eu explico: ao folhear velhos livros de poesia, encontrei um do Álvaro Manuel Machado, chamado "Íntimo Rigor", que pauta por uma poesia do tipo:
"Dor"
Fruto amarelo
crescendo.

e pronto; e no espaço destas páginas em branco, eu tinha a mania de escrever, o que eu apelidava de poemas, estávamos no ano da Graça de 1991, e foi terrível encontrar o que passo a transcrever:
"LUGARES"
Revisitar os lugares da memória
composta de tudo o que nos trouxe
mais dor, ou simplesmente, mais
uma visita ao espelho baço do desespêro.
Que recordações nos ficam ainda,
para lá da dor e do tempo?
para lá das paisagens percorridas,
com olhos apressados em preencher
um vazio quase patológico,
por entre folhas e folhas de memória?...
que nos resta, senão a múltipla viagem
pelos escombros do passado?
Que buscaremos aí? Uma imagem perdida,
ou a procura inocente
de uma ternura adiada?
E pelas rugas do rosto se passeiam
as horas infinitas, as páginas
dos dias vazios...

19 Outubro, 1991

Assusta-me ter a consciência que escrevi isto há 15 anos atrás, e não sei concretamente ao que me referia. Seria à mesma insatisfação de agora? Não creio; mas o que me assusta é ser repetitivamente frustrada, e sobretudo: Uma chata do caraças...

Voando


Não quero cansar-vos com os meus posts tristes e deprimentes, assim hoje dediquei-me a divagar pela imaginação. Olhei as nuvens e transformei-as em formas imaginárias; pensei que o camionista que me buzinou quando o ultrapassei, se ia despencar numa qualquer curva; pensei que os clientes que me pedem orçamentos estapafúrdios de 15 a 20 referências, que custam dos 0,50€, aos 5€, para as mesmas quantidades de milhares, deviam borrar-se todos galopante e consecutivamente durante 3 dias, pois não fazem a mínima ideia do que estão a fazer...fui à mercearia comprar vinho para temperar o cabrito, e para poupar sacos vim de garrafa na mão, e a minha sombra pouco diferia dos ébrios que andam de garrafa em punho, e balancei como eles, e fiz uns esses, e quando me dei conta estavam duas velhas a olhar para mim, à porta da clínica que há à frente de minha casa. Não há nada melhor que rirmos de nós próprios, nem que seja a fazer figuras tristes, ou simplesmente a imaginar que as estrelícias do meu jardim, são guarda-rios e serpentes...
Tenham um bom dia, eu por mim, vou tentar não enlouquecer...

9.1.06

Turbilhão



Dói-me esta água
este ar que se respira
dói-me esta solidão
de pedra escura,
estas mãos nocturnas, onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.

7.1.06

Vazio...



(...)
Continuo acocorada na tristeza
Aconchegando-a no vazio do peito
E neste torpor de mágoa escondida,
Vou passando as horas pela vida,
Ou deixando-as passar por mim de raspão,
Em tangente desvairada, errando o alvo
Cada vez mais em vão...
E já não lanço flechas de sonho,
Já não me encantam sequer as paisagens,
Já nada me preenche, já em nada ponho
A alma que perdi, não sei em que paragens.
E tudo me sabe a nada,
O que um dia saboreei com prazer,
Traz-me agora triste e agoniada
Sem saber como, ou o que fazer.
Recolho-me ainda mais
Neste deserto de mim
Vazio de mim e dos demais
Que parece nunca ter fim...

Ivamarle, 6 Janeiro 2006

6.1.06

Estou assim desde ontem


perturba-me esta inquietação
de não saber porquê , ou até quando,
este aperto nas mãos e no peito
que torna em insatisfação
tudo o que sinto e vejo feito
até a claridade me perturba
queria viver no esquecimento
e saborear de vista turva
tudo o que me rodeia em movimento
quisera parar nalgum instante
quisera petrificar nalgum momento
ficar assim, nem perto nem distante,
ficar suspensa no mundo sem tempo.
há dias em que o desespero me domina
(...)

5.1.06

Pensamento do dia

A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos.

(George Bernard Shaw)

White Lion


Depois de termos sido bombardeados pelo White Christmas, durante 2 semanas, em todas as rádios e centros comerciais, até o desgraçado do leão ficou assim...

3.1.06

Não me canso de as ver...



Passam as noites nisto. Quando chego a casa, a Nika faz-me uma grande festa e tal, e depois vai para a cama dela que é ao pé da porta da cozinha por onde o António entra, à espera dele ansiosamente, pois sabe que ele quando chega vai buscar a Jota ao quintal, e então chega a Jota, a abanar-se toda, pois rabo não tem, a fungar que nem uma doida e vão as duas direitas ao meio da sala, de onde tive de tirar a mesa de centro, como se fosse uma arena, e começa o circo: uma por cima, depois a outra a rosnarem e a simular mordidas, mordem as patas uma à outra, saltam e rebolam...é incrível ver no que a Jota se tornou, só com uma pequena ajuda, boa vontade e atenção; claro que lhe dou muitos mimos, como à outra, mas elas dão-me tudo, todos os dias...

2.1.06

Para começar bem o ano e compensar o post anterior



DESPERTAR

É um pássaro, é uma rosa,
é o mar que me acorda?
Pássaro ou rosa ou mar,
tudo é ardor, tudo é amor.
Acordar é ser rosa na rosa,
canto na ave, água no mar.

Eugénio de Andrade

Dissertação


A Merda

Chega-se à conclusão que deve ser a palavra mais
versatil da lingua portuguesa!!!! O uso do vocábulo merda é uma
questão de educação.
Ninguém pode negar que o utilizamos para múltiplas circunstâncias,
relacionadas com muitíssimas coisas. Por exemplo:

Orientação geográfica:

-Vai à merda!

Adjectivo qualificativo:

Tu és uma merda!

Momento de cepticismo:

Não acredito nesta merda!!!

Desejo de vingança:

-Vou fazê-lo em merda!!!

Acidente:

-Já fizeste merda!

Efeito visual:

-Não se vê merda nenhuma!!!

Sensação olfactiva:

- Cheira a merda...

Dúvida na despedida:

- Por que não vais à merda?

Especulação de conhecimento

- Que merda será esta?

Momento de surpresa:

- Merda!!!

Sensação degustativa:

-Isto sabe a merda!

Desejo de

ânimo:

- Rápido com essa merda!!!

Situação de desordem:

- Isto está uma merda!!!

Rejeição, despeito:

- O que é que esse merdas pensa?

Para descobrir o paradeiro de qualquer coisa:

- Não sei onde foi parar aquela merda...

Interjeição comum:

- Que merda!!!

Crise das 17h30:

-Vou-me embora desta merda!!!

Futebol

-Esta merda parece o Benfica!!!