30.9.06

Remédio Santo

A freira vai ao médico:
- Doutor, tenho tido um ataque de soluço, que não me deixa viver.
Não durmo, não como, e dor no corpo de tanto movimento compulsivo
involuntário.
- Tenha calma, irmã, que vou examiná-la.
Ele a examina e diz:
- Irmã, a senhora está grávida.
A freira se levanta e sai correndo do consultório, com cara de pânico.
Uma hora depois o médico recebe uma chamada da madre superiora do
convento:
- Doutor, o que o senhor disse pra irmã Carmem?
- Cara madre superiora, como ela tinha uma forte crise de soluço, eu
disse que ela estava grávida. Espero que com o susto ela tenha parado de
soluçar!
- Sim, a irmã Carmem parou de soluçar, mas o padre Paulo pulou da torre
da igreja!!!

29.9.06

Afinal não foi necessário



Desta já me safei. Com os cuidados que tenho tido, verificaram-se melhorias consideráveis e afinal acabei por fazer só uma destartarização exterior, facto este que, para variar, é o começo do vislumbre da tal luzinha ao fundo do túnel (sem ser o combóio).
A escolha da foto não foi só alusiva ao meu contentamento (não me apanharam o meu melhor lado), como também uma imagem que nunca consegui captar das minhas cadelas, que riem em duas situações: de contentamento por nos ver, ou então quando fizeram asneira e se sentem comprometidas. Estas situações são muito difíceis de captar, pois ocorrem quando chego a casa e últimamente tenho saído pouco e elas não têm feito asneiras.
Tenho de tirar uma foto à Jota, pois faz 1 ano no dia 1 de Outubro, que o meu marido a trouxe e isto tem de ser celebrado, gostava de apanhar a rir...

28.9.06

Não clique se for sensível

Amanhã vai ser um dia muito especial. Vou de novo fazer uma operação à boca, já que ainda não posso começar a trabalhar, entretenho-me assim a mascarar-me de Frankenstein; acreditem que são experiências únicas, abrir as gengivas até expor a raiz dos dentes e por fim raspar-lhes o tártaro.
Aquele barulho de um escopro a polir algo que não sentimos, é música para os meus ouvidos. Mas a cereja no topo do bolo é ficar com as gengivas cosidas com linha preta ao pendurão, o que da última vez me proporcionou a magnífica experiência de comer dois dos pontos ao almoço, ao fim de dois dias, quando tive de visitar um cliente o que, com a chanfana até nem foi mau de todo.
Lá vou ficar uns dias a sopa e purés, que é uma grande seca, para ao fim de uma semana, fazer das figuras mais ridículas em que já me vi, que é tirar os pontos frente ao espelho, o pior é a troca de perspectiva que o espelho faz, chego a um ponto que troco tudo, só com preguiça de ir ao consultório tirá-los, mas quem me manda para a baixa da cidade, é como se fosse para o inferno, prefiro estar meia hora a fazer caretas ao espelho, com a pinça numa mão e a tesoura na outra...

27.9.06

Pensamento do dia...

Já que vou estar ligada indirectamente ao comércio vitivinícola, mais concretamente ao Marketing Promocional, tenho de entrosar-me bem no meio e ter em conta pensamentos alusivos:

Assunto: Cultura vinícola


"Os Homens são como o vinho: todos começam como uvas. Cabe às mulheres
amassá-los, pisoteá-los e deixar que descansem até que amadureçam!"


As Mulheres também são como o vinho: com o passar dos anos umas refinam o
Sabor, outras azedam. As que azedam é por falta de uma boa rolha..."

26.9.06

Tenham calma

 

Não venham já os Benfiquistas irados, a proferir impropérios.Não tem de ser necessáriamente gado, tanto quanto sei também têm uma secção de columbofilia, certo? Posted by Picasa

25.9.06

Acho o Tunning uma aberração


Pois para mim, um automóvel não passa de um electrodoméstico, quanto a esta versão no feminino, acho-a inqualificável...

22.9.06

Há pessoas a quem é preciso explicar tudo!



Porra! Ó pá, eu quando te disse: "pronto, leva lá a bicicleta." Era uma força de expressão, não era para levares meeeesmo...

20.9.06

Há cada artista...



A este aqui, lá ritmo não lhe falta...

19.9.06

Se o "pinto" não se porta bem...

 

Ofereçam-lhe uns iguais a estes. It's just a thought, only a thought... Posted by Picasa

18.9.06

Já que isto anda tão parado



Que tal desancarmos um bocado no Fidel?


Em Havana, Cuba, vai um miúdo pela estrada, cruza-se com Fidel
Castro.
Este, ao ver que o miúdo o ignora, pergunta-lhe:
- Oye niño, sabes tú quién soy yo?
- No señor, no se quién es usted, ni me interesa.
Fidel muito chateado diz-lhe:
- Como castigo por no conocer al comandante
Castro, ahora mismo tienes que decirme 20 palabras que comiencen
con la etra "C" para que nunca más en tu vida se te olvide que mi
apellido es Castro con la letra C".
E o miúdo diz:
- Compañero Comandante Castro, cómo y cuando, carajo, comeremos
carne con cerveza Corona como comen los camaradas comilones del
Comité Central Comunista Cubano...?
Fidel ficou de boca aberta, e após um momento disse: Falta una!
E o miudo concluiu: Cabrón! Posted by Picasa

17.9.06

O que editei há um ano atrás

Esta coisa de não se ter inspiração para dizer alguma coisa de jeito (só um bocadinho, nem era preciso muito), leva-me a deambular pelos álbuns de fotos, cartas escritas há muito e também, revisitar este diário, que é o blog.
Dei-me conta ao revisitar edições do ano passado, que é mesmo quase um diário, que foi coisa que nunca tive, nem mesmo na adolescência e ao reler os escritos é como se revivesse os estados de espírito. Por exemplo neste mês de Setembro andava atolada em trabalho, por causa da proximidade das eleições autárquicas e passava os dias numa fona , contrariamente aos dias actuais tão cheios de rotinas desinteressantes e solitárias, queixava-me na altura do excesso de solicitações e de, como se costuma dizer: não chegar para as encomendas.
É curioso ver o que se editou, mas também reler os comentários, sobretudo de pessoas que entretanto deixaram de aparecer pela blogosfera, tanto quanto sei.
A título de mera curiosidade, deixo AQUI o que editei dia 18.09.2005 , quando recebia dezenas de e-mails diariamente e apareciam umas coisas engraçadas e, por falta de tempo (que agora me queixo que sobra) as editava, mas também para aliviar o stress dos dias de trabalho.

16.9.06

Bom fim-de-semana!!!

Uma mulher muito, mas muito feia, entra numa loja com duas crianças e o gerente pergunta para ela:
- São gêmeos?
A mulher faz uma careta, fica ainda mais feia, e diz:
- Não seu babaca, o mais velho tem 9 e o mais novo tem 3. Por que? Você realmente os acha parecidos?
- Não, diz o cara, eu só não posso acreditar que você conseguiu ser comida duas vezes !!!

14.9.06

An Inconvenient Truth(clique aqui)


Quero acreditar, sinceramente, que o facto de só estarmos 3 pessoas a assistir ao filme, se deveu à hora (13.25h), ao facto de ser a estreia e não, por ser um documentário.
Não me compete a mim fazer juízos de valor relativamente a Al Gore, muito menos perante este trabalho que a mim me parece bastante lúcido, claro e conciso.
Este é só um alargar de horizontes num trabalho que ele já faz há uns anos, dar palestras sobre o aquecimento global e os seus efeitos e apelar, como ele próprio diz: “ a cada família, em cada casa, é urgente consciencializar, urgente divulgar”.
Neste documentário houve o bom senso de não explorar as imagens de tragédia que já todos conhecemos, mais do que o necessário, mostra-nos outras que são chocantes pela inquietação que nos invade ao vê-las. Não se falou ali de nada que eu já não conhecesse, mas eu devoro todos os documentários nos canais de cabo e não é de admirar; no entanto, a clareza da exposição e os factos apresentados, inclusivamente aqueles que o governo do seu país tenta ocultar, o dizer da tão ridícula posição que tomaram perante o Protocolo de Quioto, para além das consecutivas tentativas de descrédito de estudos científicos, elaborados por cientistas de renome; por tudo isto é um acto de coragem, mas é sobretudo um apelo feito por alguém que não se cansa de repetir, os milhares de vezes que for preciso, que a devastação do planeta já atingiu quase uma proporção geométrica, que os glaciares estão a derreter a um ritmo preocupante e é urgente que façamos algo.
Não contive no final do filme, um sorriso trocista quando me veio à ideia de como seria o filme feito com o W. Bush, se ele conseguiria dizer uma frase sem uma gafe, ou simplesmente dizer uma frase, que fosse...e não pude também deixar de pensar como foi possível ele ter sido derrotado (embora tecnicamente) nas eleições para a Presidência, que raio é que vai na cabeça daquela gente?
Há poucos dias, na efeméride do 11 de Setembro, houve uma frase que me ficou a ecoar na cabeça: “A tragédia que acabou com todos os preconceitos” e ficou-o porque me chocou. Claro que foi uma tragédia, mas diariamente estamos a provocar tragédias ainda maiores, o Katrina e a crescente quantidade de furacões, tufões e trombas de água por todo o mundo, são só um prenúncio de algo ainda mais desastroso. Agora pergunto: qual a proporção que a tragédia que terá de atingir, para acabar com os preconceitos que ficaram?

MOTIVOS DA TRAIÇÃO FEMININA

O marido chega em casa e pega a esposa, na cama, com um
garotão...
Arma o maior barraco, mas a mulher o interrompe:
- Antes..., você deveria ouvir como tudo isso aconteceu.
- Na rua, vi esse jovem maltrapilho cansado e faminto.
Então, com pena do estado dele, eu o trouxe para casa.
Dei a ele aquela refeição que eu havia preparado para você
ontem.
Como você chegou tarde e satisfeito com o tira-gosto do
boteco... não comeu e eu guardei o jantar na geladeira, lembra-se?
Ele estava descalço, então dei a ele, aquele seu par de sapatos...que, como
foi minha mãe que te deu, você nunca usou.
Ele estava com sede e eu servi aquele vinho que estava guardado....para
aquele sábado que você prometeu mas que nunca chega...
pois, num dia é futebol, noutro poker, noutro pescaria.
As calças estavam rasgadas, dei-lhe aquele seu jeans seminovo....ainda
estava em perfeito estado, mas não cabia mais em você.
Como ele estava sujo, aconselhei-o a tomar um banho....fazer a
barba, então dei a ele aquela loção francesa novinha....que você nunca
usou, porque acha fedorenta.
Daí, quando ele já ia embora, perguntou:
- Dona, tem mais alguma coisa que seu marido não usa mais?
Nem respondi!!!!!!!.............

13.9.06

Este eu não vou perder!!

(clicar no título)

É urgente divulgar!!

12.9.06

A minha cabeça, parece o Sahara


Temo que a indolência se tenha instalado no meu neuróniozinho. Como não me apetece fazer nem a ponta de um corno, o mais provável é ir continuando a roubar umas anedotas, uns cartoons e tal, até conseguir de novo ter paciência para o que quer que seja.
Espero que não seja galopante a maleita e que consiga brevemente, retirar de novo o gosto de uma ou duas horas ao computador...

Até amanhã!

Preparar; apontar: FOGO!

11.9.06

Eu nem ligo nada a futebol...

mas esta, achei o máximo!! (venham de lá os Benfiquistas enfurecidos!)

Afinal o Benfica ainda está nas TRÊS FRENTES!


1 - FRENTE ao Colombo
2 - FRENTE à Mediamarkt
3 - FRENTE à Repsol

MAI NADA!
Tres pretos vão à praia pela primeira vez.

Diz o primeiro: eh...tanta água!

Diz o segundo: eh...tanta areia!

Diz o terceiro: fod***-se! Vamos embora antes que apareça o

cimento...

10.9.06

Porque não gosto de efemérides


Prefiro mudar de assunto...

Despedida
Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranquilo:
quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? - Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?

Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)

Cecília Meireles

9.9.06

Um tempo que passou



Como se tem falado muito na blogosfera sobre o tempo, ou a falta dele, lembrei-me de uma canção que gosto muito de ouvir o Sérgio Godinho cantar e que é alusiva ao tema.

UM TEMPO QUE PASSOU
Chico Buarque (Brasil) - 1983

Vou
Uma vez mais
Correr atrás
De todo o meu tempo perdido
Quem sabe, está guardado
Num relógio escondido por quem
Nem avalia o tempo que tem

Ou
Alguém o achou
Examinou
Julgou um tempo sem sentido
Quem sabe, foi usado
E está arrependido o ladrão
Que andou vivendo com o meu quinhão
Ou dorme num arquivo
Um pedaço de vida, vida
A vida que eu não gozei
Eu não respirei
Eu não existia
Mas eu estava vivo
Vivo, vivo
O tempo escorreu
O tempo era meu
E apenas queria
Haver de volta
Cada minuto que passou sem mim

Sim
Encontro enfim
Iguais a mim
Outras pessoas aturdidas
Descubro que são muitas
As horas dessas vidas que estão
Talvez postas em leilão

São
Mais de um milhão
Uma legião
Um carrilhão de horas vivas
Quem sabe, dobram juntas
As dores coletivas, quiçá
No canto mais pungente que há

Ou dançam numa torre
As nossas sobrevidas
Vidas, vidas
A se encantar
A se combinar
Em vidas futuras
E vão tomando porres
Porres, porres
Morrem de rir
Mas morrem de rir
Naquelas alturas
Pois sabem que não volta jamais
Um tempo que passou

Será?


Não sei qual dos dois me confunde mais: se o bulício das ruas, se a solidão.
Após passar semanas, muitas semanas em casa, umas atrás das outras sem quase sair e embrenhando-me nos livros, na televisão e no corriqueiro dos dias de uma dona de casa, apercebo-me que quando vou para sítios muito movimentados me sinto desenquadrada e os ruídos confundem-me.
A azáfama do trânsito ecoa-me na cabeça mesmo depois de regressar à calma do meu sítio; atravessar uma rua movimentada causa-me arritmia, isto não é normal... quando estou acompanhada não sinto o mesmo, estou mais relaxada e absorta desses pormenores.
Tenho de habituar-me lentamente aos ruídos das ruas, das pessoas a falar no autocarro e não exasperar perante as crianças que fazem as birras do costume, mas sobretudo concentrar-me em parecer normal, pois acho que ao fim deste período solitário, adquiri uma aparência algo alucinada nas ideias que, acredito que transpareça na fisionomia.
Acontece-me cada vez mais frequentemente, esquecer-me abruptamente do que vou fazer e o mais assustador, é que nesse aspecto, estou muito pior que a minha mãe que se queixa do mesmo, mas já tem 77 aninhos...
Hoje tinha dentista às 18h e resolvi ir mais cedo para tratar de um assunto na Netcabo que é lá ao pé, como ainda sobrava tempo antes da consulta fui dar uma volta pelas montras em redor, entrei numa loja (das dezenas que estão para fechar) onde estavam a vender tudo a 5€ e 7,50€, calças, blusas, t-shirt’s, saias, etc. Escolhi uma túnica e dirigi-me à caixa para pagar com uma nota de 10€, quando a empregada me perguntou se não tinha 5€ trocados, ao que respondi que deveria ter e abro de imediato a carteira e o meu cérebro pára!...primeiro fiquei especada a olhar para a dita, depois fiquei a fitar a empregada com ar apalermado (só o concluí pela cara que ela fez...) e ao fim de uns segundos consegui perguntar, o que me havia pedido segundos antes.
Já ontem quando fui comprar um telemóvel e um auricular, havia que testar este último e a funcionária pediu-me o nº de telefone para me ligar e eu atender e verificar se o auricular estava a funcionar bem. Em vez de lho ditar, comecei a marcar o meu próprio número no meu telefone, a rapariga nem disse nada, ficou de auscultador no ar e dedo em riste à espera que lhe ditasse o número, quando me apercebi, devo tê-la fitado com o mesmo ar apalermado de hoje e tive de perguntar de novo o que é que me tinha pedido. Isto é alarmante, não acham? Acho que isto é um bom começo para a loucura não?
Já que os amigos são para as ocasiões, o que é que vocês me aconselham? Também se aceitam diagnósticos...

7.9.06

Não perdem uma


Como no Brasil o apelidaram de "orelhão", a Johnson&Johnson de imediato inventou o "cotonetão"...

6.9.06

O Cão



O M. era o que se pode chamar: um meliante solitário. Actuava sempre sozinho, dizia que assim nunca era “chibado” pelo eventual comparsa, que era o que geralmente acontecia aos gatunos que conhecera.
Era um Robin Hood dos tempos modernos, embora com uma pequena diferença: só roubava aos ricos, mas revertia tudo sempre para o mesmo pobre, que era ele próprio...
Numa noite qualquer, andava a matar o tempo a passear de carro e lembrou-se de passar frente a uma casa que andava a “micar” já há alguns meses, tentando estabelecer um padrão de abordagem que lhe facilitasse um pouco a tarefa, pois a casa era de construção robusta e com um grande jardim à frente, o que era perfeito, exceptuando o facto de um aparentemente agressivo Dobermann, que passeava solto quando não estava ninguém.
A noite estava quente, uma leve brisa embalava os ramos das árvores do jardim, decidiu sair do carro e o bater da porta, fez com que o cão começasse a ladrar e a dirigir-se para o portão de entrada ao mesmo tempo que ele. Parou em frente ao portão, atrás do qual o cão ladrava e arreganhava os dentes, que brilhavam com a luz dos candeeiros da rua.
Ficou ali a fitá-lo nos olhos, até que o bicho se fartou de ladrar e ficou a fitá-lo também. Foi-se aproximando devagar, deixando que ele o cheirasse mais de perto a cada passo e estendeu a mão por entre os ferros trabalhados do portão, o bicho cheirou e tornou a cheirar e lá chegou à conclusão que devia abanar a cauda, pois não lhe cheirava a inimigo.
Decidiu saltar o portão, que não era muito alto e ir brincar com o bicho, que até achava bastante simpático (sempre tivera um fraco por animais) e ficou lá pelo menos, meia hora a brincar, a correr à volta da casa e a esconder-se por detrás dos arbustos, como que a brincar às escondidas com o bichano. Além do cão já se mostrar cansado, ele próprio estava também esgotado pela sessão de brincadeira, decidiu então que estava na hora de sair dali. Nem pensou mais em assaltar a casa, aquele bocado bem passado preenchera todas as suas necessidades.
Como na altura não abundavam boas casas “para fazer”, passadas umas três semanas decidiu voltar para terminar o que havia começado, na dita casa onde acabara por fazer um amigo, à revelia do seu dono.
Passou primeiro a maior velocidade, só para verificar se havia ou não, luzes no interior da casa. Apercebendo-se que não, passou novamente mais devagar, abrandando mais ainda em frente à casa para ver se o cão estava solto, facto que confirmaria ou não a ausência dos inquilinos.
Qual não é o seu espanto, quando vê o cão ao longe dentro do jardim, a correr direito ao portão e ele nem teve tempo de esboçar qualquer gesto, já o cão tinha entrado pela janela aberta do carro, depois de ter feito um voo majestoso sobre o portão, aterrando contra ele e começando a lambê-lo profusamente. Conseguiu engatar a mudança e sair dali, que foi a primeira coisa que lhe ocorreu...
Deu consigo em casa, com um bichano com cerca de 40 kg para alimentar e continuava sem ter conseguido “fazer a casa”, ele bem coçava a cabeça, mas ideias brilhantes, nem uma.
Reparou no dia seguinte que os donos davam alvíssaras a quem entregasse o cão, ou desse informações que conduzissem à sua devolução. Não quis saber, afeiçoara-se ao animal e não tencionava devolvê-lo, tampouco a troco de dinheiro; eram coisas dele, tinha os seus princípios e as suas repulsas pessoais e intransmissíveis.
Passaram-se uns dias e o bichano comia que se fartava, M. começou a ver que não tinha hipótese de o alimentar, começando então a ponderar a hipótese de devolvê-lo, embora isso o deixasse triste e com um forte sentimento de perda.
Acabou por fazê-lo sem aceitar qualquer pagamento que fosse. Nada podia mitigar as saudades que já sentia, sem sequer se ter separado dele fisicamente, já lhe roíam as entranhas numa dor estranha...
Nunca mais olhou para a casa ou para o jardim, desviava o olhar quando passava de carro e acelerava sempre um pouco naquela zona, mas não conseguia deixar de pensar, que o cão é que o escolhera a ele e era com um parceiro assim que seria capaz de partilhar a vida...

4.9.06

Chiiiiuuuuuuuuuuu!!

(Jacek Yerka)

Deixem-me continuar aninhada nestes ramos, à procura de alguma frescura neste Verão quente...

Recordando Manilow


Copacabana
( Barry Manilow )

Her name was Lola, she was a showgirl
With yellow feathers in her hair and a dress cut down to there
She would merengue and do the cha-cha
And while she tried to be a star, Tony always tended bar
Across a crowded floor, they worked from eight til four
They were young and they had each other
Who could ask for more?

At the Copa, Copacabana
The hottest spot north of Havana
At the Copa, Copacabana
Music and passion were always the fashion
At the Copa .... they fell in love

His name was Rico, he wore a diamond
He was escorted to his chair, he saw Lola dancin' there
And when she finished, he called her over
But Rico went a bit too far, Tony sailed across the bar
And then the punches flew and chairs were smashed in two
There was blood and a single gun shot
But just who shot who?

At the Copa, Copacabana
The hottest spot north of Havana
At the Copa, Copacabana
Music and passion were always the fashion
At the Copa .... she lost her love

Her name is Lola, she was a showgirl
But that was thirty years ago, when they used to have a show
Now it's a disco, but not for Lola
Still in the dress she used to wear, faded feathers in her hair
She sits there so refined, and drinks herself half-blind
She lost her youth and she lost her Tony
Now she's lost her mind!

At the Copa, Copacabana
The hottest spot north of Havana
At the Copa, Copacabana
Music and passion were always the fashion
At the Copa .... don't fall in love
Don't fall in love

3.9.06

Estou cheia de...

Preguicite aguda................

2.9.06

Marrocos 1983 (continuação)

Ao fundo, a aldeia que actualmente deve estar muito diferente
Num jardim de Tetouan a beber um chá; o gorro do Abdul é consequência de uma outra estória que eventualmente contarei mais tarde

Capítulo II

Existiam uns banhos Turcos lá na aldeia, mas estava fora de questão serem utilizados por turistas e menos ainda, por mulheres. Sugerimos ao Abdul o aluguer completo das instalações só para nós, o que ele foi então falar com o responsável, ele acedeu, mas só depois das 21h, que era quando fechava ao público, tudo bem.
As instalações tinham uma aparência algo lúgubre, com um forte cheiro a mofo, mas lá entrámos; as 3 câmaras eram separadas por pesadas portas com pedregulhos presos com cordas, para fecharem o melhor possível. A seguir ao balneário, entrava-se na câmara fria, depois na morna e por fim, na quente onde ficámos a atirar baldes água uns aos outros e a relaxar no silêncio e a conversar um pouco. Ao tirar um balde de água do tanque, apercebi-me de uma barata que trepava pelo balde acima, o Abdul fez um gesto de desprezo e acrescentou: “Ah! Isso é normal a esta hora, já não costuma estar aqui ninguém, não te preocupes que deves encontrar mais.”
Bom, eu nem sou muito enojada nestas coisas, mas não gosto nada do barulho que elas fazem ao serem esmagadas e evito ao máximo fazê-lo. Bem, terminada a sessão de banhos, tínhamos de atravessar novamente as outras câmaras, para chegar ao balneário; pedi ajuda aos homens para me abrirem a porta e comecei a ouvir um barulho, um crepitar estranho que ecoava na câmara morna. À medida que os meus olhos se habituaram à escuridão, comecei a ter uma daquelas visões que só se têm ao ver um qualquer filme do Indiana Jones; não eram meia dúzia, nem dezenas, nem centenas: eram milhares de baratas que surgiam dos cantos, cobrindo literalmente o chão, não havia sítio para colocar nem um dedo, quanto mais um pé e cobriam toda a divisão até à porta seguinte, vindo na nossa direcção à procura do calor da câmara onde estávamos.
Como diz a minha mãe: o que não tem remédio, remediado está! Ali não havia escolhas, rilhei os dentes , fechei os olhos e comecei a caminhar sobre elas e a senti-las na planta dos pés (estávamos descalços) a estilhaçarem-se e outras a conseguir trepar pelas pernas acima, a porta longe, tão longe que nunca mais lá chegava...
Acho que cheguei ao balneário em estado de choque, se bem me lembro só me ria, com os nervos (agora dá-me para chorar; deve ser da velhice) e até o Abdul vinha impressionado, embora já estivesse habituado, nunca vira tamanha profusão de baratas por metro quadrado.
As nossas reacções podem surpreender-nos, se me perguntassem se seria capaz de caminhar descalça num monte de baratas, é claro que eu diria logo que não, mas quando não temos outra hipótese, somos capazes dos actos mais abjectos ou que simplesmente, nos repugnam.
Esta minha estada em Marrocos, tem outras estórias interessantes, mas não as referi agora, para que a leitura não se vos afigure demasiado pesada.

1.9.06

Marrocos 1983

o criado a chegar com as compras; à esq. o Abdul e à direita o Bernard
À porta de casa; a janela do meu quarto era aquele triângulo

Vou dividir em duas edições, uma narrativa sobre a minha única ida a Marrocos, já há uns anitos. Tento ser o mais concisa possível, mas há pormenores que para mim são importantes, daí o relato se tornar algo longo.
Acreditem que tudo aconteceu conforme o relatado, lamentavelmente, como no episódio da ratazana, não tenho fotos que o atestem, só a minha palavra.
Acompanho com umas fotos em muito mau estado, pois o rolo esteve muito tempo dentro da máquina, que ainda por cima, não valia nadinha.

Capítulo I

Corria o ano de 1983, a Primavera ainda não tinha chegado para mitigar o frio de um Inverno impiedoso, em que até em Coimbra nevou e por azar, a viagem de comboio da Suiça para cá, foi feita no fim-de-semana em que isso aconteceu. No compartimento em que viajávamos 6, as janelas estavam cobertas de cristais de gelo da parte de dentro, decidimos colocar as malas entre os bancos e deitarmo-nos atravessados sobre elas, muito aconchegadinhos, embora nenhum de nós se conhecesse, este é o tipo de coisas a que a necessidade obriga, pois o sistema de aquecimento tinha congelado ainda em França e até cá foi sempre a bater o dente. Não se esqueçam que já lá vão uns anitos, só vinte e três, mas os comboios melhoraram muito desde essa altura.
Chegou o mês de Abril e vieram as “águas mil”. A minha vida nessa altura, com 19 anos feitos há pouco, resumia-se ainda à busca de aventuras na companhia do meu actual marido, pouco pensando em meios ou consequências. Felizmente ele tinha alguns meios de subsistência que nos permitiam viver sem trabalhar, fazendo algumas loucuras pelo meio; como não parava de chover, decidimos ir até Marrocos, simplesmente agarrar na tenda e arrancar....
Na nossa juventude nem nos lembrámos que era necessário um Visto de entrada, escusado será dizer que só chegámos até Ceuta, onde ficámos uns dias e onde, por azar, o tempo também não estava grande coisa.
De volta a Coimbra, o tempo continuava chuvoso e nada agradável, o que nos fez rumar de novo a Marrocos, mas desta vez já com visto da Embaixada.
Passada que foi a fronteira, optámos por dirigir-nos a Tetouan e depois decidiríamos o que fazer; levávamos a roupa mais velha e rota que tínhamos e uma mochila cada um, para não dar ar de turistas endinheirados, o que naquela altura era meio caminho andado para se ser assaltado. Decidimos apanhar um táxi e descobrimos que os táxis não eram só para nós, mas sim, para quantos coubessem lá dentro; íamos 6 e um deles, chamado Abdul Akrech, falava muito bem francês e era muito simpático, começámos a conversar e de imediato convidou-nos para ficar em sua casa, numa pequena aldeia a 45 km de Tetouan, que se chamava Oued Lao, uma particularidade interessante, é que a estrada até lá tinha, nada mais, nada menos, que 244 curvas...
Aceitámos a simpática oferta, pois ele dizia que lá estava também um francês que conhecera e convidara, tinha um criado para nos preparar as refeições e uma praia enorme e sem ninguém, pois naquela altura ainda não tinha sido invadida pelo turismo.
Realmente, aquilo era uma aldeia rural, à qual chegámos de camioneta, rodeados de galinhas, cabras e ovelhas (sim, dentro da camioneta) e uma lotação muito além do permitido, mas que conseguiu fazer da melhor maneira as tais 244 curvas, sem qualquer acidente, só os tradicionais subornos às forças da ordem, que volta e meia nos obrigavam a parar, limitando-se a estender o braço à espera das moedas.
A claridade do sol em Marrocos é perturbante, a janela do nosso quarto não era mais do que um triângulo, com 15 cm de lado, mesmo assim às 7 da manhã, já não se conseguia ter os olhos fechados com tanta claridade e tínhamos de levantar-nos; vínhamos então para o exterior onde geralmente já estava o Abdul a escrever e o Bernard, o tal francês que lá estava de férias também, o criado preparava então uns ovos mexidos e um chá maravilhoso, para poder depois acender o cachimbo e passar o resto do dia a fumar Kief, que é permitido, ou era, pois não tem THC, não passa de uma mistura de talos e folhas de Cânhamo e só dá é dores de cabeça, como constatei quando provei.
Logo em Tetouan, o Abdul advertiu-me para não andar sem lenço na cabeça e ter o corpo bem coberto, pois apesar de ser turista eles não toleravam muito bem essas coisas, lá tive de comprar um lenço e um vestido até aos pés.
Em Oued Lao, estava-se bem, era uma aldeia muito calma. Só existiam dois Cafés, onde só os homens podiam estar, as mulheres passavam o dia a trabalhar em casa e na agricultura, segundo nos explicou na altura, cada homem podia ter 4 esposas (vulgo: mulas de trabalho) em cada casa, daí, quanto mais casas e mulheres tivesse para trabalhar para ele, mais rico era...o meu António pensou seriamente em ir viver para lá (quatro gajas????...) o pior eram os camelos que ele não tinha para a troca...
(continua)